Esse post é continuação daquele de domingo passado.
Os judeus chegaram a Budapeste no século XIII, e
se estabeleceram em Obuda. No século XIX, chega a capital uma segunda onda de judeus que se fixa em Peste, fora dos muros da cidade. Surge, então,
o “quarteirão judeu”, onde eles constroem sua Grande Sinagoga, na Dohány utca.
fachada bizantina |
A Grande Sinagoga (em húngaro = Dohány utcai zsinagóga, em hebraico = בית הכנסת הגדול של בודפשט), também conhecida como a sinagoga da Rua Dohány (em húngaro = "rua do tabaco"), é a maior sinagoga da Europa e a segunda maior do mundo (a maior fica em NYC). Ela mede 53m de largura e 26m de comprimento, e pode acolher mais de três mil pessoas no seu interior.
Foi construída em meados do século XIX, entre os anos 1854-59, em estilo romântico, combinando elementos neomauriscos e neobizantinos, pelos arquitetos Lajos Förster e Frigyes Feszl.
A construção do prédio gerou muita polêmica, pois foi decidida pelos neologos, ramo de judeus mais modernizadores, que desejavam incorporar elementos na edificação referentes à sociedade húngara. Assim, a sinagoga possui duas torres inspiradas nas igrejas do cristianismo que incorporam quatro relógios oitocentistas, nove naves abobadadas decoradas com tijolos coloridos, azulejos e arabescos e, ainda, cúpulas negras e douradas.
Horário
de visita
De abril a outubro: de 10 as 17h30min, (sexta ate 14:30)
De novembro a marco: de 10 as 15h30min, (sexta ate 13:30)
Sábados: fechado
Preço
Sinagoga
+ Memorial: 2.650Ft
Sinagoga + Memorial + Museu: 3.000Ft = 30 reais
Sinagoga + Memorial + Museu: 3.000Ft = 30 reais
É um dos passeios mais caros de Budapeste, mas faça tour completo. Ele é guiado, e vou seguir a ordem da visita ao Complexo da Grande Sinagoga.
Parque da Memória ou Parque Raoul Wallenberg Emlék, o Memorial do Holocausto, onde fica o Monumento aos Mártires Judeus. Representado por uma árvore de metal, a Árvore da Vida, com 7 galhos e milhares de folhas onde foram inscritos os nomes dos judeus húngaros mortos na Segunda Guerra Mundial. Em destaque, há ainda os nomes daqueles que através de diversos artifícios salvaram centenas de vidas. Emocionante!!
O Templo dos Heróis - É uma construção para serviços religiosos com capacidade para 250 pessoas. Foi adicionado à sinagoga em 1931, e tem um alto valor simbólico. Nela há um ícone judeu em homenagem aos que perderam suas vidas durante a Primeira Guerra Mundial.
O Cemitério no Jardim da Sinagoga - É um jardim ocupado por árvores e em seus canteiros há lápides de pedras com inscrições dos nomes das 2.000 pessoas que ali foram sepultadas em covas coletivas. Está localizado na parte de trás do Templo de Heróis, ao lado do Museu e da Sinagoga.
A Árvore
da Vida e as tarefas de recuperação e manutenção do cemitério são realizadas pela Fundação Emanuel. Esta fundação
foi criada, em 1998, pelo ator americano Tony Curtis, cujo
verdadeiro nome era Bernard Schwartz. Ele é filho do casal de atores judeus húngaros, Emanuel Schwartz e Helen Klein, que emigraram para os EUA em 1923. Bernard Schwartz jamais
esqueceu suas raízes! Bravo!!
A Grande Sinagoga - O interior da sinagoga é belíssimo!! Lá impera um estilo que antecipa a art déco misturado ao neobarroco. O teto é decorado com muitos candeeiros e um grande lustre o coroa. As paredes são adornadas com imponentes arcos recheados de detalhes minuciosos, típicos dos séculos precedentes.
Aqui termina a visita guiada e seguimos sozinhos para o Museu Judaico.
O Museu Judaico - O museu conta a histórias do seu povo. São diversas vitrines onde são expostos peças e livros religiosos (Mezuzá, Talít, Tefilín, Menorá, Estrela de Davi, Torá, Livro de Péssach). Há uma mesa posta para o Péssach adornada com todos os acessórios típicos. Nas últimas salas têm várias exposições e informativos sobre o Holocausto. A meu ver sua visita é dispensável aos não judeus.
Fim da visita ao complexo.
Há outras sinagogas no quarteirão, mas creio não valem a visita. Para uma descrição detalhada das mesmas, leiam o blog Crônicas Húngaras.
Até breve!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário