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domingo, 21 de julho de 2013

A Série Viagens: Lugares Secretos que Indico, hoje está em Budapeste, visitando a Grande Sinagoga!


Esse post é continuação daquele de domingo passado.

Os judeus chegaram a Budapeste no século XIII, e se estabeleceram em Obuda. No século XIX, chega a capital uma segunda onda de judeus que se fixa em Peste, fora dos muros da cidade. Surge, então, o “quarteirão judeu”, onde eles constroem sua Grande Sinagoga, na Dohány utca.

fachada bizantina
O quarteirão judeu é cercado pelas ruas Dohány utca, Károly korút, Kazinczy e Király utca. Em 1944, a área se tornou o gueto judeu, onde os nazistas aprisionaram cerca de 70.000 judeus. Destes, 20.000 não sobreviveram. Na ocasião, a Grande Sinagoga foi um centro de detenção e sofreu graves danos. Ela esteve mesmo em riscos de ser derrubada pelas tropas nazistas. Felizmente, foi recuperada e hoje embeleza uma das ruas mais movimentadas da cidade. Vale demais passear nesta área, cheia de restaurantes kosher, galerias e oficinas de artesanato, doces e padarias, e diversas lojas interessantes!


A Grande Sinagoga (em húngaro = Dohány utcai zsinagóga, em hebraico = בית הכנסת הגדול של בודפשט), também conhecida como a sinagoga da Rua Dohány (em húngaro = "rua do tabaco"), é a maior sinagoga da Europa e a segunda maior do mundo (a maior fica em NYC). Ela mede 53m de largura e 26m de comprimento, e pode acolher mais de três mil pessoas no seu interior.

Foi construída em meados do século XIX, entre os anos 1854-59, em estilo romântico, combinando elementos neomauriscos e neobizantinos, pelos arquitetos Lajos Förster e Frigyes Feszl.

A construção do prédio gerou muita polêmica, pois foi decidida pelos neologos, ramo de judeus mais modernizadores, que desejavam incorporar elementos na edificação referentes à sociedade húngara. Assim, a sinagoga possui duas torres inspiradas nas igrejas do cristianismo que incorporam quatro relógios oitocentistas, nove naves abobadadas decoradas com tijolos coloridos, azulejos e arabescos e, ainda, cúpulas negras e douradas.





a influência turca me encanta, e torna únicos os monumentos de Budapeste

Horário de visita

De abril a outubro: de 10 as 17h30min, (sexta ate 14:30)
De novembro a marco: de 10 as 15h30min, (sexta ate 13:30)
Sábados: fechado
Preço
Sinagoga + Memorial: 2.650Ft
Sinagoga + Memorial + Museu: 3.000Ft = 30 reais
Transporte - Metro: Astoria, linha 2; Bonde: Astoria, linhas 47 e 49

É um dos passeios mais caros de Budapeste, mas faça tour completo. Ele é guiado, e vou seguir a ordem da visita ao Complexo da Grande Sinagoga.

Parque da Memória ou Parque Raoul Wallenberg Emlék, o Memorial do Holocausto, onde fica o Monumento aos Mártires Judeus. Representado por uma árvore de metal, a Árvore da Vida, com 7 galhos e milhares de folhas onde foram inscritos os nomes dos judeus húngaros mortos na Segunda Guerra Mundial. Em destaque, há ainda os nomes daqueles que através de diversos artifícios salvaram centenas de vidas. Emocionante!!






 


O Templo dos Heróis - É uma construção para serviços religiosos com capacidade para 250 pessoas. Foi adicionado à sinagoga em 1931, e tem um alto valor simbólico. Nela há um ícone judeu em homenagem aos que perderam suas vidas durante a Primeira Guerra Mundial.

O Cemitério no Jardim da Sinagoga - É um jardim ocupado por árvores e em seus canteiros há lápides de pedras com inscrições dos nomes das 2.000 pessoas que ali foram sepultadas em covas coletivas. Está localizado na parte de trás do Templo de Heróis, ao lado do Museu e da Sinagoga.



triste, eles quase escaparam, pois os nazistas só chegaram aí 
no fim da guerra






A Árvore da Vida e as tarefas de recuperação e manutenção do cemitério são realizadas pela Fundação Emanuel. Esta fundação foi criada, em 1998, pelo ator americano Tony Curtis, cujo verdadeiro nome era Bernard Schwartz. Ele é filho do casal de atores judeus húngaros, Emanuel Schwartz e Helen Klein, que emigraram para os EUA em 1923. Bernard Schwartz jamais esqueceu suas raízes! Bravo!!


A Grande Sinagoga - O interior da sinagoga é belíssimo!! Lá impera um estilo que antecipa a art déco misturado ao neobarroco. O teto é decorado com muitos candeeiros e um grande lustre o coroa. As paredes são adornadas com imponentes arcos recheados de detalhes minuciosos, típicos dos séculos precedentes.

homens embaixo e mulheres e crianças em cima

 

 
 
O altar, brilhantemente planejado, foi construído em madeira entre outros materiais, com o centro coberto pela célebre talha dourada. A coroá- lo, uma pequena cúpula branca, decorada com arabescos dourados, que esconde um órgão.






Aqui termina a visita guiada e seguimos sozinhos para o Museu Judaico.

O Museu Judaico - O museu conta a histórias do seu povo. São diversas vitrines onde são expostos peças e livros religiosos (Mezuzá, Talít, Tefilín, Menorá, Estrela de Davi, Torá, Livro de Péssach). Há uma mesa posta para o Péssach adornada com todos os acessórios típicos. Nas últimas salas têm várias exposições e informativos sobre o Holocausto. A meu ver sua visita é dispensável aos não judeus.

Fim da visita ao complexo.

Há outras sinagogas no quarteirão, mas creio não valem a visita. Para uma descrição detalhada das mesmas, leiam o blog Crônicas Húngaras.

Até breve!!

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