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terça-feira, 11 de novembro de 2014

Antoni Gaudí: Casa Milá (La Pedrera) x Casa Batlló. Qual visitar?

Eu não sou uma super fã de Gaudí, mas acredito que ambas as casas merecem ser vistas por dentro. Afinal, você está em Barcelona, e não dá para deixar passar a oportunidade de conhecer melhor o trabalho do famoso arquiteto catalão. Mas, e se seu orçamento só permitir uma visita? Quase todos indicam La Pedrera, já que as vistas do seu terraço são fantásticas e nela aprendemos mais sobre o modernismo, Gaudí e a vida no início do século XX. Eu não. Apesar de tudo isso, indico a Casa Batlló, que achei maravilhosa por fora e por dentro. By the way, venha comigo e tire as suas próprias conclusões.

La Pedrera

A Casa Milà, também conhecida como La Pedrera, foi a última residência construída por Gaudí, entre os anos 1905-7, já que ele dedicou os últimos anos da sua vida ao projeto e construção da Sagrada Família. A obra foi encomendada por Roger Segimon de Milà, e, então, Gaudí decidiu que faria uma casa que deixasse Barcelona boquiaberta e que ofuscasse as famosas vizinhas do Passeig de Gràcia: a Casa Amatller, a Casa Batlló e a Casa Lleó Morera. Bem, se até hoje as formas sem ângulos retos e a fachada curva surpreende a todos, imagine a polêmica e “bafafá” que gerou há mais de 100 anos.


Ela se compara a forma como as tribos africanas constroem as suas habitações, semelhantes a cavernas. E, a fachada ondulada lembra uma praia com dunas. Lembra, ainda, favos de abelhas e parece que cobras percorrem o edifício inteiro. Considerada hoje por muitos uma escultura, os habitantes da cidade a época, a consideravam feia, daí a alcunha de pedreira.

Na década de 80, ela estava com um aspecto terrível, até ser adquirida por um banco, que a restaurou e a transformou em um espaço cultural. Em 1984, foi declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.

A visita

Ela começa nos pátios, com portas de ferro forjado e vidro, com representações em formas orgânicas, e pinturas murais.


A seguir, vamos de elevador para o terraço de aspecto lunar. Nele há 30 chaminés, as duas torres de ventilação e as 6 saídas das escadas. Ah, as chaminés concebidas por Gaudi parecem guerreiros com a cabeça adornada por capacetes!! E, o curioso é que 2 delas formam um arco que emoldura a Sagrada Família e Tibidabo, os 2 templos expiatórios de Barcelona. Lembre-se de que o Gaudí era muito religioso.


vá ver por do sol


trencadís (fragmentos de cerâmica esmaltada formando um desenho)



a melhor vista da Sagrada Família


Tibidabo


Depois, descemos ao sótão da casa, que era o espaço para lavar roupa. Ele se apresenta em seu aspecto original, com abóbadas que parecem o esqueleto das cobras. Atualmente, o sótão é o Espai Gaudí , com desenhos, maquetes, fotografias e apresentações audiovisuais sobre a sua obra.

 

Casa Batlló

 

Por fim, há um filme sobre a época e a visita a um apartamento decorado e como se estivesse ocupado por um antigo morador do edifício.

 
 

No térreo há uma badalada loja com objetos de design, livros de arquitetura e suvenires diversos com temas sobre Barcelona e o próprio Gaudí, que não achei nada de mais.

Os ingressos, comprei no site com horário marcado da visita, mas na hora não  vi tanta fila assim.
 
Abre diariamente, com horários variáveis conforme a época do ano. Em Janeiro e Fevereiro, das 9 às 18:30h; de Março a Outubro das 9 às 20h; Novembro e Dezembro: das 9 às 18:30h. Há ainda as visitas noturnas.
 
A Casa Batlló
 
Declarada Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO, em 2005, a Casa Batlló, conhecida como a casa de las máscaras ou a casa de los huesos (ossos), é para mim a mais genial obra de Gaudí. Ela foi construída entre 1875 e 77. Em 1903, Don José Batló Casanovas contratou Antoni Gaudí, já então um arquiteto famoso, para remodela-la. Gaudí se centrou na fachada, no piso principal, no pátio de luzes e no telhado, e levantou um quinto piso para a equipe de serviço.
Vamos ver o resultado:
 
 
A fachada
 
Gaudí, que se inspirava nas formas orgânicas da natureza, aqui criou muros ondulados com trencadís e um colorido impressionante. Nos andares, chama a atenção os balcões decorados com ferro fundido em forma de máscaras ou bocas.
 
São Jorge é o padroeiro da Catalunha e uma das interpretações dadas para a fachada da Casa Batlló, com colunas em forma de ossos e janelas que lembram caveiras, é que esses simbolizariam as vítimas do dragão, antes deste ser morto por São Jorge.
 

a torre coroada com uma cruz de 4 braços seria a espada de São Jorge
atravessando o corpo do dragão?

trencadís

 


o balcão do primeiro andar possibilita uma visão interna do salão


A visita

Entrando na casa, há uma escada que leva até o salão principal.

 
 
 
De onde seguimos ate a impressionante sala de jantar com sua varanda.
 
 
 

escamas de um réptil (seria o dragão?) na parede


trencadís


 
Dali, vamos de sala em sala até o terraço.
 

desenhada por Gaudí com ergonomia perfeita


La casa de los huesos aterroriza, ahhh, ohhh!!


Mas antes de chegarmos lá, passamos pelo vão de luzes central que per si já vale o ingresso. De um azul inesquecível!!!

 
 

para cima as janelas diminuem de tamanho


saca a junção

 
 

O terraço

 
 

A interpretação mais amena da casa relaciona-se com o Carnaval, onde os detalhes em cerâmica seriam confetes, no teto estaria o chapéu de arlequim e nas janelas as máscaras seriam festivas.

 

Abre de 9 as 21h todos os dias do ano.

Comprei o ingresso no site, sem data ou horário de visita marcados, e foi bom pois havia filas dia e noite na porta.

Se decidiu? Difícil, não? Ah, faz um esforço e vai nas duas.

Preços atuais: Casa Batlló = 21,50€ e La Pedrera = 20,50€

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