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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Seguindo os passos de Vicky e Cristina em Barcelona. Parte 1


Nos últimos anos os filmes de Woody Allen têm servido como uma espécie de cartão-postal animado de grandes cidades (São Francisco, Paris, Roma e Barcelona). Nas locações de Meia noite em Paris, nós passeamos aqui, aqui e aqui. Agora vamos com Allen para Barcelona a bordo do adorável Vicky Cristina Barcelona (2008).
 
 
Vocês se lembram da sensata Vicky (Rebecca Hall) e da romântica imprudente Cristina (Scarlett Johansson)? E de Juan Antonio (Javier Bardem)? Bem, dele duvido que as mulheres tenham esquecido. Mas vamos deixar as partes picantes do filme de lado e ver as locações.

um homem para 3 mulheres

A jornada das meninas começa, como a de quase todos nós, no Terminal 2 do Aeroport del Prat, onde fica o mural de cerâmica, de 1970, do surrealista Joan Miró.
 
E logo o narrador anuncia que Vicky e Cristina desejam “mergulhar” nos tesouros artísticos da capital da Catalunha. E claro, elas querem ver especialmente as obras de Antoni Gaudí e Miró, os “filhos” mais famosos de Barcelona.
 
E assim lá vão elas conhecer La Sagrada Familia, e fotografar a Fachada da Natividade que fica na Carrer de la Marina, em frente a praça do laguinho.
 

Gaudí finalizou esta fachada, e ela e a cripta são as duas únicas partes do templo reconhecidas como Patrimônio Mundial da Humanidade




Fachada da Paixão que fica na Carrer Sardenya



veja sobre a subida a torre aqui

 
Carrer de Mallorca 401. Abre todos os dias do ano. De outubro até março, das 9 as 18h/de abril até setembro, das 9 as 20h.

No templo, eu não aluguei um audioguia, e sim baixei, levei e fui lendo a descrição da Wikipédia. Gostei. Fiz o mesmo no Parc Güell.
 
E elas foram também a Casa Milà/La Pedrera no Passeig de Gràcia 92 (distrito de Eixample).

 


Barcelona 2014



eu também fui!!!

 
 
Vocês se lembram de que foi na festa na Fundació Joan Miró que Cristina se encantou pelo pintor Juan Antonio (e quem não se encantaria por Javier Bardem?), que estava recém-separado da doidinha da Maria Elena (Penélope Cruz)?
 
 
A Fundació foi inaugurada no ano de 1975, e foi a realização do sonho de Miró de tornar sua obra sempre acessível ao grande público. Eu gostei bastante do filme, que assisti lá dentro, sobre sua vida e obra. Também super indico a lanchonete do museu. Ela abre de terça a domingo. Placa de Neptu (Parc de Montjuïc). Adultos: 11 €.
 


terraço – fotos só são permitidas aqui


 
Uma das cenas inesquecíveis do filme é a que Juan Antonio aborda Vicky e Cristina, e faz o convite para a viagem a Oviedo. Esta cena se passa no Els 4 Gats, no Bairro Gótico.
 

Aqui tudo sobre o Els 4 Gats.
 
No filme, Juan Antonio se envolve com Cristina, mas quando essa fica doente as coisas também progridem com Vicky.
 
O noivo de Vicky, Doug, telefona de Nova York e sugere que eles devem se casar em Barcelona. Então, Juan Antonio volta sua atenção para Cristina e a leva ao lendário Marsella, que é O lugar para se beber absinto.
 



O Marsella fica no bairro do Raval, antes tido como o “distrito da luz vermelha”, hoje ele foi revitalizado e é frequentando por artistas, poetas e turistas. Há vários bares tradicionais e históricos neste entorno. Eu escolhi o London Bar, por estar mais animado.

Marsella - Carrer Sant Pau 65
La Confitería - Carrer Sant Pau 28
London Bar - Carrer Nou de la Rambla 34

Para comer há o Cañete Barra y Mantel, um bar de tapas incrementado e bem frequentado. Não faz reserva e a espera é de cerca de 1h. Relaxe no bar e “encha a cara” de cava. Carrer de la Unió 17.
 

Outras cenas se passaram no Raval, como a que Maria Elena (Penélope Cruz) arranca Juan Antonio a tapas do bar e os dois discutem em uma rua. A porta grafitada diante da qual Cristina fotógrafa a sexy Maria Elena também fica lá.

 
 
Pelas ruas do Raval
 
 
Vicky esbarra em Juan Antonio no Parc Güell, bem na frente da famosa salamandra de Gaudí, e é nesta cena que ele explica porque não a telefonou depois da noite em Avilés. Para a filmagem, o fluxo da fonte foi temporariamente reduzido para não atrapalhar os diálogos.
 




El Drac, revestido com trencadís, que se converteu no emblema do parque
e num dos símbolos da cidade de Barcelona





El Drac pode representar a cidade de Nîmes (há um réptil no seu brasão de armas), onde Güell viveu na sua juventude


ou a salamandra alquímica, que simboliza o elemento fogo,
mas é geralmente interpretado como um dragão,
possivelmente o mitológico Píton do Templo de Apolo



Declarado Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO em 1984, o Parque Güell, que foi encomendado por Eusebi Güell a Gaudí, pretendia ser um condômino de 40 casas. No entanto, o projeto fracassou.
 
O parque tem um forte simbolismo, no qual, devido à complexa iconografia aplicada por Gaudí, os estudiosos afirmam ver o mais variado tipo de referências. Estas vão desde o catalanismo político à religião católica, passando pela mitologia grega, história ou ate a alquimia.

O que ver

1. a entrada principal na Carrer d'Olot
 

em 1900, Gaudí começou a trabalhar no projeto
 
2. os pavilhões ao redor da entrada, inspirados no conto de “Hansel e Gretel”, cuja versão operística, a cargo de Engelbert Humperdinck, estava sendo apresentada no Liceu em 1901. O pavilhão da esquerda seria a casa das crianças, Hansel e Gretel, e hoje é uma livraria/loja de lembrançinha. A casa da direita, antiga casa do zelador, lembra um cogumelo venenoso e seria a casa da bruxa. Hoje é a sede do MUHBA Park Güell (entrada free)


chaminés de ventilação em forma de cogumelo

3. a escadaria monumental com três fontes
 
4.   a sala hipostila que sustenta a praça central, emoldurada por seu ondulante terraço


originalmente destinada a ser um mercado ao ar livre


um grande alpendre suportado por dezenas de colunas reminiscentes
da antiguidade clássica


na sala existem 86 colunas que sustentam o teto de mosaico ondulado,
com decorações de Josep Maria Jujol


as 4 grandes rosetas coloridas, no teto, representandam o Sol
durante as quatro estações do ano


 
5. a praça oval, construída entre 1906 e 1913, que se destinava a acolher um teatro grego com as bancadas situadas do lado norte, de forma que os espectadores pudessem desfrutar da vista panorâmica da cidade e do mar por trás do palco
 




Gaudí mandou plantar pinheiros, eucaliptos, palmeiras, ciprestes, etc

 
6. o Viaduto do Museu em estilo gótico, o Viaduto da Alfarrobeira em estilo barroco e o Viaduto das Jardineiras em estilo românico
 
Viaduto das Jardineiras

colunas e arcos em forma de troncos e ramos de palmeira

 
tanto as pontes como os viadutos foram projetados
para permitir a passagem de carruagens

 


7.   no ponto mais alto do parque, o Turó de les Tres Creus (Calvário das Três Cruzes)

Sobre o trencadís



os banco da praça são revestido com a técnica do trencadís


Trabalho típico do modernismo catalão é uma espécie de mosaico colorido feito com azulejos e afins. Grandes quantidades do material dos mosaicos foram trazidas de Valência. Mas, diz-se que, por indicação de Gaudí, os trabalhadores, a caminho da obra, tinham o hábito de recolher pedaços de cerâmica e vidro que encontravam no lixo. Assim, tornou-se costume entre os barceloneses da época empilhar junto ao parque as suas cerâmicas, louças e porcelanas partidas para que essas fossem recicladas na construção.
 
Como chegar
 
A melhor forma é de ônibus. Pegue a linha 24 (no Passeig de Gràcia ou na Plaça Catalunya) ou a 92, e entre pela Carretera del Carmel, parada Carmel Doctor Bové-Penyal–18 st. Fui de táxi.
 
 
Quando Cristina vai morar com Juan Antonio, Vicky serve de guia a Doug (Kevin Dunn), que chegou a cidade. Eles vão ver a ver a fachada sensualmente ondulante da Casa Milà.
 
Os dois casais se reúnem para almoçar na bela Plaza de Sant Felip Neri, que é onde Juan Antonio envia todos os sinais errados ao esbarrar acidentalmente no pé de Vicky.
 

restaurante do Hotel Neri

 
 
Veja mais sobre essa bela e escondida praça no bairro Gótico aqui.

Após o almoço, Juan Antonio os leva para ver o charmoso e vintage parque de diversões de Tibidabo, de onde se tem vista de tirar o fôlego. Esse não conheci ainda.
 
 
 
Depois de se casar com Doug, Vicky começa a ter dúvidas persistentes. Estas se intensificam quando, na sua aula de línguas, o estudante americano Ben a convida para ver A sombra de uma dúvida, de Hitchcock. A cena se dá em frente à entrada do grande arco do Hospital de la SantaCreu i Sant Pau.
 


a escola em que Vicky estuda é, na verdade, o hospital

 
Saiba mais sobre a visita ao Hospital de la Santa Creu i Sant Pau aqui.
 
Enquanto isso, a vida de Cristina está ficando igualmente complicada com o resurgimento de Maria Elena e o menage a trois que começa a rolar.
 
Tendo outra obra de Gaudí como pano de fundo, Maria Elena ensina Cristina sobre a estética e as sutilezas da arte de fotografar. Desta vez, a cena se dá na belíssima fonte, inspirada na Fonte de Trevi, do Parc de la Ciutadella, o parque mais antigo de Barcelona.
 
 
 
 
 

 

oh nós na fita!
 
Essa é a parte mais legal do parque, mas ha mais para ver. Fiquei cerca de 1h e meia e segui o tour do Passaporte BCN.
 
Seguindo os passos de Vicky e Cristina em Barcelona continua semana que vem na parte 2.

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