Nos últimos anos os filmes de Woody Allen têm servido como uma
espécie de cartão-postal animado de grandes cidades (São Francisco, Paris, Roma e Barcelona). Nas locações de Meia noite em Paris, nós passeamos aqui, aqui e aqui. Agora vamos com Allen para Barcelona a bordo do adorável Vicky Cristina Barcelona (2008).
Vocês
se lembram da sensata Vicky (Rebecca Hall) e da romântica imprudente
Cristina (Scarlett Johansson)? E de Juan Antonio (Javier Bardem)? Bem, dele duvido
que as mulheres tenham esquecido. Mas vamos deixar as partes picantes
do filme de lado e ver as locações.
A jornada das meninas começa, como a de quase todos nós, no Terminal 2 do Aeroport del Prat, onde fica o mural de cerâmica, de 1970, do surrealista Joan Miró.
um homem para 3 mulheres |
A jornada das meninas começa, como a de quase todos nós, no Terminal 2 do Aeroport del Prat, onde fica o mural de cerâmica, de 1970, do surrealista Joan Miró.
E logo o narrador anuncia que Vicky e Cristina desejam “mergulhar” nos tesouros
artísticos da capital da Catalunha. E claro, elas querem
ver especialmente as obras de Antoni Gaudí
e Miró, os “filhos” mais famosos de Barcelona.
E assim lá vão elas conhecer La Sagrada Familia, e fotografar
a Fachada da Natividade que fica na Carrer de la Marina,
em frente a praça do laguinho.
Gaudí finalizou esta fachada, e ela e a cripta são as duas únicas partes do templo reconhecidas como Patrimônio Mundial da Humanidade |
veja sobre a subida a torre aqui |
Carrer de Mallorca 401. Abre todos os dias do ano. De outubro até março,
das 9 as 18h/de abril até setembro, das 9 as 20h.
No templo, eu não aluguei um audioguia, e sim baixei, levei e fui lendo a descrição da Wikipédia. Gostei. Fiz o mesmo no Parc Güell.
E elas foram também a Casa Milà/La Pedrera no Passeig de Gràcia 92 (distrito de Eixample).
Veja
a tudo sobre ela em: Antoni
Gaudí: Casa Milá (La Pedrera) x Casa Batlló. Qual visitar?
Vocês se lembram de que
foi na festa na Fundació Joan Miró que Cristina se
encantou pelo pintor Juan Antonio (e quem não se encantaria por Javier Bardem?), que estava recém-separado da doidinha
da Maria Elena (Penélope Cruz)?
A Fundació foi inaugurada no ano de 1975, e foi
a realização do sonho de Miró de tornar sua obra sempre acessível ao grande
público. Eu gostei bastante do filme, que assisti lá dentro, sobre sua vida e obra.
Também super indico a lanchonete do museu. Ela abre de terça a domingo. Placa de Neptu (Parc
de Montjuïc). Adultos: 11 €.
Uma das cenas
inesquecíveis do filme é a que Juan Antonio aborda Vicky e Cristina, e faz o
convite para a viagem a Oviedo. Esta cena se passa
no Els 4 Gats, no Bairro Gótico.
No filme, Juan Antonio
se envolve com Cristina, mas quando essa fica
doente
as coisas também progridem com Vicky.
O
noivo de Vicky, Doug, telefona de Nova York e
sugere que eles devem se casar em Barcelona. Então,
Juan Antonio volta
sua atenção para Cristina e a leva
ao lendário Marsella, que é O lugar para se beber absinto.
O Marsella fica no bairro do Raval, antes tido como o “distrito da luz vermelha”, hoje ele foi revitalizado e é frequentando por artistas, poetas e turistas. Há vários bares tradicionais e históricos neste entorno. Eu escolhi o London Bar, por estar mais animado.
Marsella - Carrer Sant Pau 65
La Confitería - Carrer Sant Pau 28
London Bar - Carrer Nou de la Rambla 34
Para comer há o Cañete Barra y Mantel, um bar de tapas incrementado e bem frequentado. Não faz reserva e a espera é de cerca de 1h. Relaxe no bar e “encha a cara” de cava. Carrer de la Unió 17.
Outras cenas se passaram no Raval, como a que Maria Elena (Penélope Cruz) arranca Juan Antonio a tapas do bar e os dois discutem em uma rua. A porta grafitada diante da qual Cristina fotógrafa a sexy Maria Elena também fica lá.
Pelas ruas do Raval
Vicky esbarra em Juan Antonio
no Parc Güell,
bem na frente da famosa salamandra de Gaudí,
e é
nesta cena que ele explica porque não a telefonou depois da
noite em Avilés.
Para
a filmagem, o fluxo da fonte foi temporariamente reduzido para não atrapalhar os diálogos.
El Drac, revestido com
trencadís, que se converteu no emblema do parque e num dos símbolos da cidade de Barcelona |
El Drac pode representar a cidade de Nîmes (há um réptil no seu brasão de armas), onde Güell viveu na sua juventude |
ou a salamandra alquímica, que simboliza o elemento fogo, mas é geralmente interpretado como um dragão, possivelmente o mitológico Píton do Templo de Apolo |
Declarado Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO em 1984, o Parque Güell, que foi encomendado por Eusebi Güell a Gaudí, pretendia ser um condômino de 40 casas. No entanto, o projeto fracassou.
O parque tem um forte simbolismo, no qual, devido
à complexa iconografia aplicada por Gaudí, os estudiosos afirmam ver o mais
variado tipo de referências. Estas vão desde o catalanismo político à religião
católica, passando pela mitologia grega, história ou ate a alquimia.
O que ver
O que ver
1. a entrada principal na Carrer d'Olot
2.
os
pavilhões ao redor da entrada, inspirados no conto de “Hansel e Gretel”, cuja versão operística, a cargo de Engelbert
Humperdinck, estava sendo apresentada no Liceu
em 1901. O pavilhão da esquerda seria a casa das
crianças, Hansel e Gretel, e hoje é uma livraria/loja de lembrançinha. A casa da direita, antiga
casa do zelador, lembra um cogumelo venenoso e seria a casa da bruxa. Hoje é a
sede do MUHBA Park Güell (entrada free)
3. a
escadaria monumental com
três fontes
4.
a sala
hipostila que sustenta a praça central, emoldurada por seu ondulante terraço
na sala existem 86 colunas que sustentam o teto de
mosaico ondulado, com decorações de Josep Maria Jujol |
5. a praça
oval, construída entre 1906 e 1913, que se destinava a acolher um teatro
grego com as bancadas situadas do lado norte, de forma que os espectadores
pudessem desfrutar da vista panorâmica da cidade e do mar por trás do palco
6. o Viaduto
do Museu em estilo gótico,
o Viaduto da Alfarrobeira em estilo barroco e o Viaduto das
Jardineiras em estilo românico
Viaduto das Jardineiras |
colunas e arcos em forma de troncos e ramos de palmeira |
7. no ponto mais alto do parque, o Turó de les Tres Creus (Calvário das Três Cruzes)
Sobre o trencadís
Trabalho típico do modernismo
catalão é uma espécie de mosaico colorido feito com
azulejos e afins. Grandes quantidades do material dos mosaicos foram trazidas de
Valência.
Mas, diz-se que, por indicação de Gaudí, os trabalhadores, a caminho da obra, tinham
o hábito de recolher pedaços de cerâmica e vidro que encontravam no lixo. Assim,
tornou-se costume entre os barceloneses da época empilhar junto ao parque as suas
cerâmicas, louças e porcelanas partidas para que
essas fossem recicladas na construção.
Como
chegar
A melhor forma é de ônibus. Pegue a linha 24 (no Passeig
de Gràcia ou na Plaça Catalunya) ou a 92, e entre pela Carretera
del Carmel, parada Carmel Doctor Bové-Penyal–18 st. Fui
de táxi.
Quando Cristina
vai morar com Juan Antonio, Vicky serve de guia a Doug (Kevin Dunn), que chegou
a cidade. Eles vão ver a ver a fachada sensualmente ondulante da Casa Milà.
Os dois casais se reúnem para almoçar na bela Plaza de Sant Felip Neri,
que é onde Juan Antonio envia todos os sinais errados ao esbarrar acidentalmente
no pé de Vicky.
Veja mais sobre essa bela e escondida praça no bairro Gótico aqui.
Após o almoço, Juan Antonio os leva para ver o charmoso e vintage parque de diversões de Tibidabo, de onde se tem vista de tirar o fôlego. Esse não conheci ainda.
Após o almoço, Juan Antonio os leva para ver o charmoso e vintage parque de diversões de Tibidabo, de onde se tem vista de tirar o fôlego. Esse não conheci ainda.
Depois de se casar
com Doug, Vicky começa a ter dúvidas persistentes. Estas se intensificam quando,
na sua aula de línguas, o estudante americano Ben a convida para ver A sombra de uma dúvida, de Hitchcock. A cena se dá em frente à entrada
do grande arco do Hospital de la SantaCreu i Sant Pau.
Saiba mais
sobre a visita ao Hospital de la Santa
Creu i Sant Pau aqui.
Enquanto isso,
a vida de Cristina está ficando igualmente complicada com o resurgimento de Maria
Elena e o menage a trois que começa a rolar.
Tendo outra obra de Gaudí como pano de fundo, Maria Elena ensina Cristina sobre a estética e as sutilezas da arte de fotografar. Desta vez, a cena se dá na belíssima fonte, inspirada na Fonte de Trevi, do Parc de la Ciutadella, o parque mais antigo de Barcelona.
Essa
é a parte mais legal do parque, mas
ha mais para ver. Fiquei cerca de 1h e meia e segui o tour do Passaporte BCN.
Seguindo os passos de Vicky e Cristina em
Barcelona continua semana que vem na parte 2.
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