Casinha colorida: A Série Lugares Secretos que Indico visita o Palazzo Medici Riccardi, em Florença

Olá!! Como Domingo passado, hoje, vou falar sobre um lugar fantástico, mas pouco explorado pelos brazucas em Florença. Trata-se do Palazzo Medici Riccardi, que, não me perguntem por quê, eu estava louca para conhecer, e que não me decepcionou em nadinha. Lindíssimo!!

O Palazzo Medici Riccardi foi uma das residências iniciais da família Médici. Construído em 1481, a mando de Cosimo I de Médici, o projeto é de Michelezzo. Em formato cúbico e imponente, apesar de austero, passou, desde então, a ser uma grande influência para arquitetura civil renascentista.

Ao longo dos anos, a propriedade passou pelas mãos de diversos membros da família, entre eles, Lourenço o Magnífico. Mas, em meados do séc. XVII, a propriedade passa a pertencer a Ferdinando II de Médici, que habitava o opulento Palazzo Pitti. Esse, então,decidiu-se por vender o "obsoleto" palácio. Foi uma rica família de banqueiros, os Riccardi, que haviam prestado importantes serviços políticos ao grão-duque, quem adquiriu o palácio. Dessa forma, em 1659, o mesmo muda de mãos e nome.

Em 1874, o edifício foi adquirido pela Província de Florença, que ainda é proprietária do complexo, juntamente com a prefeitura. Em 1939, cria-se no Palazzo Medici Riccardi o primeiro Museu da Iconografia dos Médici. E, a partir daí, salas e mais salas foram abertas ao publico. Hoje, além das dependências da prefeitura e do museu, o palácio alberga diversas exposições sobre arte barroca e renascentista, principalmente.

Mas, em uma cidade com tantas coisas a se ver, por que a visita ao Palazzo Riccardi é indispensável? Bem, são 3 as suas grandes atrações: a Capela dos Magos (Cappella dei Magi), decorada com os maravilhosos afrescos do florentino Benozzo Gozzoli; a Galleria, famosa, sobretudo, pela grande abóbada pintada por Luca Giordano; e La Madonna col Bambino de Filippo Lippi. Destaco ainda a calma, e beleza, dos jardins. Outra coisa de que gostei muito foi que, por ter administração privada, sua preservação é perfeita, ademais, diferente das outras atracões da cidade, seu horário de funcionamento não é erradico.

Como eu já falei sua arquitetura lançou moda, pois foi o primeiro prédio de esquina. Na fachada destacam-se as janelas duplas, os arcos e a rusticação gradual, ou seja, pedras que são salientes no andar térreo, mais aplanadas no primeiro andar, e com blocos macios e apenas enquadrados no segundo andar, causando assim uma visão em relevo.

endereço: Via Camilo Cavour 3

as "janelas ajoelhadas" de Michelangelo

Vamos a visita...Mas, antes um adendo: são poucos os cômodos que podem ser fotografados no seu interior, logo algumas das fotos abaixo são da net (a maioria do site oficial do palácio).

No primeiro andar temos:

1. Pátio Michelozzo com os inúmeros bustos e brasões dos membros proeminentes da família.

2. Aposentos da marquesa Cassandra Caponni, com decoração do século XVII. Destaque para a capela e para o seu quarto.

o piso do quarto da marquesa lembra o
do batistério (arte romanesca).
Foto da net.

3. Cortile dei Muli (pátio).
4. Jardim, que sugiro deixar para visitar por último.
5. Área de exposições temporárias (incluídas na entrada).

6. O chamado workshop de Lorenzo, que é uma área multimídia sobre as obras do museu.

No primeiro andar temos as melhores atrações:

7. Cappella dei Magi. É a principal sala do museu, data de 1459, mas foi recentemente restaurada. Como dito, seus enormes afrescos são obra de Benozzo Gozzoli, aluno de Beato Angelico. O grande destaque, nas três paredes maiores, é a Cavalcata dei Magi, um tema religioso que serve de pretexto para representar uma série de retratos da família e de personagens políticas da época.

foto da net

Viagem do reis Magos. Foto da net

Adoração dos Magos. Com auto-retrato. Foto da net.

8. Escada de Giovan Battista Foggini, com várias estátuas.

foto da net

9. Sala das Quatro Estações, ou das tapeçarias (da Manufatura Fiorentina).

Salone di Carlo VIII. Foto da net

10. Sala Sonnino, onde está a Madona com a criança, de Lippi.
Uma curiosidade: Filippo Lippi é pai do pintor da capela que vimos semana passada, Filippino Lippi. E, rola uma fofoca na cidade de que Sandro Botticelli seria seu filho ilegitimo?!?

foto da net

11. Galleria, de 1685, que é um magnifico exemplo do barroco florentino tardio. Decorada com estuques dourados e espelhos pintados, é provida de amplas e luminosas janelas no lado sul. O destaque mor: a abóbada pintada por Luca Giordano, cujo tema central é "A apoteose da dinastia Medici" (fotos da net).

12. As bibliotecas Riccardiana e Moreniana, cujo acesso é pela Via Ginori (n. 10). Todas as fotos são da net, pois essa parte do museu, eu não cheguei a visitar.

Moreniana

de Luca Giordano, a “Alegoria da Divina Wisdom”,
no teto da Biblioteca Riccardiana

Por fim, vamos ver o jardim que possui um acesso também pela Via Ginori onde há uma bela porta barroca. O seu desenho foi inspirado nos jardins florentinos dos séc. XVII-XVIII, mas ele foi de fato construído no inicio do séc. XX pelo arquiteto Enrico Lusini. Foi nesta ocasião que nele foram depositadas as 4 estatuas originárias da Villa Mastai-Ferretti.