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terça-feira, 28 de junho de 2016

Uma viagem, uma cidade, uma praça: Piazza della Signoria, Florença


Oi, pessoal!! Hoje, iremos falar da Piazza della Signoria. Eu não acho que ela seja uma das mais belas do mundo, mas é sem dúvidas uma das pouca com um museu a céu aberto.


os Leões simbolizam a guarda e proteção contra presenças negativas

Por séculos, a Piazza della Signora tem sido o palco dos grandes acontecimentos de Florença. Inclusive dos tristes, como foi o caso das fogueiras do Santo Ofício. E, foi mesmo em uma destas que a Inquisição queimou Savonarola, em 25 de Maio de 1498. Ele foi um grande intelectual, um reformador dominicano que vinha da tradicional família Ferrara, devotado aos estudos de filosofia e medicina. Hoje, se pode ver, no centro da piazza, uma inscrição em um círculo de mármore que aponta o exato lugar onde ele foi queimado.

Esta praça também foi o centro administrativo/político da cidade, e há séculos o seu ponto principal é o belíssimo Palazzo Vecchio.




Todavia, o que impressiona mesmo neste local são as diversas esculturas aí localizadas. Bora ver?


Como símbolo da República, há uma cópia (o original está na Galleria dell'Accademiado David de Michelangelo, justo à entrada do Palazzo Vecchio.


esse é o original. Fotinha proibida que tirei na Accademia

À sua direita, pode-se apreciar Hércules e Caco (1534), do escultor renascentista Baccio Bandinelli. Esta era para ter sido feita por Micheangelo, entretanto, devido aos diversos compromissos deste, a obra foi confiada a Bandinelli. Bem, parece que ele tentou imitar o estilo do David, mas não deu certo. Por esse fato, até os dias atuais, Bandinelli é criticado e chamado de invejoso pelos fiorentinos.



Ainda na entrada do palácio há:


  • a cópia da Judith e Holofernes, de Donatello (original dentro do palácio), que simboliza o fim da "era Medici";

  • nas escadas, uma cópia do Marzocco, de Donatello (original no Bargello). Trata-se do Leão (considerado sagrado em épocas medievais) cuja pata se apoia no Giglio Fiorentino (simbolo da cidade). 


Outro grande destaque na piazza é a A Fontana del Nettuno (uma alusão ao domínio marítimo de Firenze, já que Nettuno é o Deus do Mar), obra de Bartolomeo Ammannati (1563-1565) e de alguns de seus alunos, entre eles o próprio Giambologna.




Gostei muito da estátua de Nettuno, toda em mármore de Carrara, e que se ergue sobre um pedestal decorado com as estátuas de Scila e Cariddi ao centro da uma banheira octogonal. Mas, os fiorentinos não gostam dela, e existe, inclusive, uma história interessante a este respeito: conta-se que no no dia da sua inauguração, logo que notou-se o seu branco imaculado, o pessoal a apelidou de Biancone (Brancão), e dizia: "Ammannati, Ammannati, quanto marmo hai sciupato!" (Ammannati, Ammannati, quanto mármore você estragou!). Povo exigente, não?

Perto da fonte, fica a estátua equestre de duque Cosimo I de Medici (1595), de Giambologna, que simboliza o poderio militar dos Medici.


Se tudo isso não bastasse, os fãs de esculturas podem se deliciar com a Loggia dei Lanzidesenhada por Orcagna com arcos curvados próprios do classicismo renascentista. Entre esses arcos há quatro figuras que representam as quatro virtudes cardeais: Coragem, Temperança, Justiça e Prudência. Ela fica no canto direito do Palazza Vecchio, e foi construída entre 1376-82 para sediar as assembleias do povo e cerimônias públicas, como por exemplo, a posse de cargos do exército ou do clero, tendo sido ainda abrigo das tropas mercenárias.

a esquerda, Perseu e a direita, o Rapto das Sabinas

Seus destaques são:

Perseu e a Medusa




Obra de Benvenuto Cellini, inaugurada em 27 de Abril de 1554. Ela mede 5,19 m, e possui em sua base de mármore, ainda, as estátuas de bronze de Mercúrio, Minerva, Giove e Danae. Uma curiosidade: naquela època as estatúas de bronze eram feitas de pedaço em pedaços. Então, os escultores fundiam o bronze, colocavam essas partes numa espécie de forma, depois rejuntavam e terminavam a obra. Mas, essa obra, excluido alguns detalhes, como a espada, as assa e as gotas de sangue de Medusa, foi feita de uma só vez, coisa inédita à época.

no cinto de Perseu, podemos ver a assinatura do escultor,
Benvenuto Cellini

Rapto das Sabinas

Escultura complexa do artista flamengo Jean de Boulogne, mais conhecido por Giambologna, retrata um episódio lendário da época da fundação da cidade de Roma. Segundo a lenda, em 753 a.C., logo a após a fundação da cidade, Rômulo tinha um grande problema para resolver: povoar a nova cidade, onde haviam alguns pastores, mas o número de mulheres era reduzido. Então, ele organizou uma grande festa em homenagem ao Deus Netuno, e convidou os sabinos, um povo que vivia vizinho a Roma. Durante a festa, entre músicas e danças, os jovens romanos armados raptaram algumas mulheres sabinas.

E, mais:

Menelau segurando o corpo de Pátroclo
O Rapto de Polissena, de Pio Fedi
Hércules batendo no Centauro Nessus, feito de um único bloco de
mármore branco por Giambologna

Na praça, além do Palazzo Vecchio e da Loggia de Lanzi, há o Tribunale della Mercanzia, onde mercadores eram jugados, e o Palazzo Uguccioni, construído para Giovanni Uguccioni a partir de 1550. E, ainda, em frete ao Palazzo Vecchio, o Caffe Rivoire, onde uma pausa para doces e o melhor chocolate quente da cidade é imprescindível. Mas, prepare-se: é caro. E, lembre-se: se optar por não sentar-se e beber o seu chocolate no balcão, paga-se menos.

Fico por aqui. Não se esqueçam dos recadinhos, e aquele abraço!!

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