A Série Lugares Secretos que Indico passeia pelo período andalusí no Museu Vivo de Al-Andalus, em Córdoba
Bom dia! Hoje, vamos atravessar a Ponte Romana, do século I, de Córdoba,
para visitar o Museu Vivo de Al-Andalus na Torre de Calahorra. Nesse museu,
mergulharemos na cultura e história da esplendorosa Córdoba, e da Andaluzia,
entre os séc. IX e XII. Essa viagem no tempo é muito instrutiva, portanto aconselho
que essa seja a sua primeira visita na cidade, quiça em toda região Andaluz.
O museu tem 3 andares e 8 salas que vamos percorrendo com a ajuda do audioguia. Na primeira delas, temos quatro personagens representativos dos séculos XII-XIII: Averroes, Maimónides, Ibn Arabi, e Alfonso X, o Sábio. Nela, compreendemos a importância, à época, da mescla dos pensamentos islâmicos com a cultura judaica para a produção de conhecimentos na Península Ibérica.
Nela há ainda diversos mapas e explicações sobre os avanços da cartografia na região, além de uma maquete que reproduzem o desenvolvimento da tecnologia hidráulica nas terras andaluzas.
A sala IV retrata como era a vida na cidade palatina de Madinat al-Zahra.
Na sala V, encontramos uma maquete perfeitinha do Alhambra.
Palacios Nazaríes de Comares y los Leones.
“Jamás vimos alcázar tan excelso
de más claro horizonte y más anchura”
Ibn Zamrak
A sala VI é dedicada a música.
“No sólo a los hombres nobles, les
gusta la música, sino también a la gente común, tanto a los gobernadores
como a los poetas, de los ejércitos, tanto a los artesanos como a los poetas
que se vieron atrapados apasionadamente por esas actividades artísticas.
Algunos no se limitan a apreciar la música; ellos mismos son músicos y no
sólo ejecutantes sino también teóricos.”
Ibn Malik
Na sala VII, encontramos uma bela maquete da Mezquita em fins do século X.
A última sala foi a a que eu mais gostei, já que as diversas maquetes ilustram como era a vida em Córdoba no século X. Nesta época, durante o Califado Omíada, Córdoba foi a capital de al-Andalus, uma das áreas
metropolitanas mais populosas do Ocidente, só comparável a Bagdá, Damasco e
Constantinopla. Ela era o lugar de reunião para cientistas, escritores e
filósofos ansiosos por tocas e propagação do conhecimento.
Córdoba era conhecida como "a cidade das
sete portas". A maquete da Porta de Almodóvar, chamada Bab
al-Yawz ou a porta de nogueira, reflete a agitação diária de entradas e saídas
de vizinhos, comerciantes e mercadorias.
A sinagoga que foi obra dos mestres construtores
muçulmanos do início do século XIV.
El Zoco era o mercado municipal, onde vendiam-se sedas, tecidos de veludo, especiarias, etc.
| a maquete reproduz uma cena comercial sob os
arcos do pátio da Casa de las Bulas |
Os Cristãos viveram durante o século X fora das
muralhas da Medina, próximo a Basílica de São Pedro que guardava as relíquias
dos mártires romanos. Infelizmente, esse templo não existe mais.
| a maquete reproduz a arquitetura moura da igreja
cristã em um momento de cerimônia religiosa |
Essa é uma das minhas maquetes preferidas, e retrata uma casa andaluz da época. Com base na filosofia de ver sem ser visto, as casa
andaluzas, que ficavam nas ruas sinuosas que se fechavam ao anoitecer, apresentavam pátios
onde as mulheres se reuniam para conversar, fiar, e, por vezes, preparar as
refeições em fogões portáteis, esperando o regresso à casa dos homens após a
jornada de trabalho.
O Alcazar, fortificado e fortemente vigiado, era
quase inexpugnável e simbolizava o poder do Califado no coração do Estado Andaluz. Ele abrigava a administração civil, os aparelhos judiciais, os
estábulos, celeiros, e armazéns. Seu setor privado possuía suntuosas áreas de
recepção, lounge à beira da piscina, e diversos jardins.
| aqui vemos os convidados apreciando os prazeres
da mesa, o aroma das flores, as poesias recitadas em honra ao príncipe, e ouvindo o som de alaúdes e flautas |
O jardins palacianos com muita água, frutas e pássaros.
A maquete dos banhos árabes. Eles eram frequentados pelos homens na parte da manhã e pelas mulheres
à tarde, quando elas eram penteadas, depiladas, massageadas e perfumadas.
Seguindo a tradição, nas setes noites que antecediam o casamento, as noivas viam
acompanhadas das amigas, e existia uma atmosfera muito festiva.
A mesquita.
A Universidade, que infelizmente não existe mais.
O califa al-Hakam II enviou emissários ao
Oriente islâmico em busca de manuscritos para sua extensa biblioteca, uma dos
mais importantes na Idade Média, que tinha mais de cem mil volumes.
Por fim , há na sala a maquete do do grande rio, o Guadalquivir
(Wad al-kabir).
É isso galera, a Córdoba do séc. X era um verdadeiro exemplo de multiculturalismo.
Como, diversos destes lugares ainda existem em Córdoba, aos poucos vocês os verão nos posts aqui do blog.
A última, e talvez melhor, parada na visita ao museu é no seu terraço com direito a vistas deslumbrantes da ponte, do rio, e da Mezquita-Catedral.
A Mezquita-Catedral.
O Molino de la Albolafia.
O Arco do Triunfo.
A visita dura cerca de uma hora. O museu abre de 01 de Outubro a 30 de Abril, diariamente das 10-18h; de 01 de Maio a 30 de Setembro das 10-14h e das 16;30-20:30h. A entrada custa 4,50 euros.
Passem lá, assim que chegarem a cidade...
Abração!!














Esplêndidas imagens dessa magnífica cidade nos seus tempos áureos. Parabéns Sônia,por retratar tão bem esse marcante período da história da Andaluzia.Estive em Córdoba em 2013.Visitei,inclusive,Madinat al-Zahra. Passei por esta torre,mas não tive a sorte de conhecer o museu.
ResponderExcluirDesculpe Simone,me referi a você como Sônia. Perdão.
ResponderExcluirRs, sem problemas. Obrigado!
ExcluirRecomiendo a todo el mundo que visite esta magnífica ciudad. Córdoba es el lugar perfecto para relajarse y disfrutar de la belleza de la vida en un ambiente encantador.
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