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quinta-feira, 11 de maio de 2017

Dez motivos para nunca, nunca deixar Ronda de fora do seu roteiro na Andaluzia



“Tenho procurado em todos os lugares pela cidade dos meus sonhos e finalmente encontrei-a em Ronda. O espetáculo desta cidade... separada pelo estreito, profundo desfiladeiro do rio, corresponde à imagem daquela cidade revelada em meus sonhos”.
Rainer Maria Rilke
(1875-1926)

“É para onde você deve ir se um dia for à Espanha em lua de mel... A cidade inteira e tudo que você conseguir avistar é um cenário romântico”.
Ernest Hemingway


Ronda, foi um caso de amor para o poeta austríaco Rilke e para Hemingway (seu ultimo aniversario foi passado na cidade). Madonna gravou em Ronda o clipe de "Take a Bow", e, as cinzas do cineasta Orson Welles estão na cidade.


Hemingway
Orson Welles

Não resta dúvida, que no mínimo nos bate uma curiosidade de conhecer a cidade que foi imortalizada por Hemingway no clássico "Por quem os sinos dobram". Apenas, esses dados históricos e uma olhada nas fotografias da cidade me convenceram a colocá-la no meu roteiro na Andaluzia.







O diferencial de Ronda, em relação a praticamente qualquer cidade do mundo, é que ela fica suspensa sobre o rio Guadalevín e é cercada de colinas e montanhas. Um verdadeiro show da natureza!




Na província de Málaga, Ronda é uma das cidades mais antigas e bonitas da Espanha, e é o mais interessante dos chamados "Pueblos Blancos".










Mas, se você não se convenceu ainda, vem comigo... Dez motivos:


1. Tajo de Ronda e a Puente Nuevo



O jeito comunicativo, festeiro, e colorido do povo da Andaluzia pode ter sido o motivo que levou Hemingway a Ronda. Mas, o que o fez classificá-la como romântica foi o Tajo. Juro que não é pura licença poética, a cidade suspensa parece tocar as nuvens.











Único e inesquecível o Tajo, uma garganta, escavada pelo rio Guadalevín, com cerca de 100 metros de profundidade é para lá de imponente. E, se não bastasse sobre ele ainda há a Puente Nuevo, que divide Ronda nos dois principais bairros da cidade: o do Mercadillo (o mais moderno) e La Ciudad, que foi, séculos atrás atrás, uma antiga medina árabe.






Não toca as nuvens?!?










Inspira o amor...
















Como vocês já viram aqui, para saber mais sobre a ponte, e sobre a cidade, deve visitar o Centro de Interpretación del Puente Nuevo. E, para tirar as melhores fotos da cidade, deve ver ler esse post.


2. Alameda del Tajo.


A Alameda é um amplo jardim que foi construído no século XIX, e que fica debruçado sobre os penhascos da cidade. As vistas dele são simplesmente maravilhosas, e ele é O lugar para assistir ao pôr do sol.








Ficar sob essa plataforma dá um medo danado, mas a sensação de infinito da paisagem é indescritível! Nos faz lembrar de como somos pequenitos dentro deste mundão.





  

Praticamente, a Alameda faz a ligação da Plaza de España à Plaza de la Merced, e possui vários mirantes e Passeos. Dois deles foram nomeados em honra a dois visitantes famosos: o Paseo Orson Welles,leva da praça de touros até o Hotel Parador; o Paseo Ernest Hemingway vai da Puente Nuevo/Plaza de España até o centro da Alameda.





  








No Paseo Ernest Hemingway










Plaza de España

























3. Plaza de Toros da Real Maestranza de Caballería de Ronda.

Ronda é um dos berços da tauromaquia moderna. Ou seja, das touradas que ocorrem com homem e touro, olho no olho, no chão, já que anteriormente, os toureiros ficavam sobre cavalos. Os Ordóñez foram a grande família de toureiros da cidade. E, foi Cayetano Ordóñez que levou Hemingway até Ronda. Antonio, seu filho, chamava-o de papá Ernesto. Foi, mesmo, no poço da casa do toureiro Antonio Ordoñez que se depositaram as cinzas de seu amigo Orson Welles. Tão rica história já serve para querer conhecer o Museu da Tauromaquia de Ronda e saber mais sobre célebres toureiros como, Paquirri, Joselito, El Juli, Enrique Ponce, Palomo Linares e Francisco Rivera Ordóñez que, também, por lá passaram.


Mas, mesmo que você não queira visitar o museu, não deixe de ir até a Plaza de Toros. Inaugurada em 1785, ela é uma das mais belas do mundo, e também das maiores.



em estilo neoclássico, com capacidade para até 6000 pessoas

Monumento ao Touro, Paseo Blas Infante, 2


Entrada da arena, Calle Virgen de la Paz, 15

A entrada custa 7€; 8.50 com audioguia. Abre diariamente das 10-18h. Em Setembro, ocorre a Corrida Goyesca, onde os toureiros se vestem com roupas inspiradas na paleta de cores das pinturas de Francisco de Goya.

A praça é um bom local para começar o seu passeio pela cidade. Ela fica a cerca de 20 minutos a pé da estação de trem e, praticamente, em frente está o escritório de turismo da cidade.


4. Casa de Don Bosco.


A Casa de Dom Bosco é um palácio modernista que pertenceu a uma família rondeña importante, e que, em meados do século XX, foi cedido à congregação salesiana. Você deve conhece-la, principalmente, pelas lindas vistas do tajo e do Puente Nuevo desde seus jardins.






Veja mais detalhes sobre essa visita aqui.

5. Plaza de la Duquesa de Parcent


A frondosa Plaza de la Duquesa de Parcent é o centro nevrálgico da cidade. No passado, nela se localizava a medina árabe, mas o que vemos agora é a vertente pós Reconquista Cristã, onde diversos edifícios católicos substituíram as construções mouras. Seus destaques são: a Colegiata de Santa María la Mayor, a sede da prefeitura (Ayuntamiento de Ronda), e os conventos de La Caridad e de Santa Isabel de los Ángeles, monastério da Ordem Clarisa, fundado no século XVI.






















Ayuntamiento de Ronda, um elegante edifício com arcada dupla, em cuja fachada principal estão os escudos de Ronda e Cuenca. Eu não dei essa sorte, pois visitei a cidade em um feriado, mas se você pegá-la aberta, entre para ver o artesanato mudéjar que adorna sua escada principal.







A praça é o lugar ideal para uma pausa para tomar umas, já que  é cercada de bares.


6. Colegiata de Santa María la Mayor.


A Colegiata de Santa María la Mayor, foi construída por ordem dos Reis Católicos, no local onde anteriormente ficava a grande mesquita da cidade moura. A igreja combina os estilos gótico e renascentista, ademais, na sala onde funciona a bilheteria, pode-se ver o antigo mihab, único remanescente da mesquita.








Ela é muito interessante, portanto farei em breve um post com mais detalhes. A entrada custa 4.50 euros. Ela abre de segunda a sábado das 10-18h; domingo de 10-12:30h e das 14-19h.


7. As antigas muralhas árabes e a Puerta de Almocábar.






Veja os detalhes neste post.


8. Puente Viejo (Calle Real, 2), Puente Árabe, e o Arco Felipe V (Calle Marqués de Salvatierra).






O arco





As antigas muralhas




Iglesia del Espíritu Santo



A Puente Viejo e a Iglesia de Padre Jesús ao fundo.




Puente Arabe




Na ponte



As vistas da ponte











A Puente Vieja vista dos Jardines de Cuenca





9. Plaza del Socorro e as Yemas del Tajo

A Plaza del Socorro é um dos pontos centrais da cidade. Ela possui uma fonte decorada com um grupo de esculturas que representam o escudo da Andaluzia. Há. ainda a Iglesia del Socorro com suas torres de azulejos coloridos, e o Círculo de Artistas, um exemplo de arquitetura modernista.

Mas, o que torna a praça imperdível é a doceria Las Campanas com suas famosas yemas. Veja mais neste post.

10. A cena gastronômica de Ronda, com diversos lugares para tapear.



Mais detalhes, neste post.

Bem, eu acho que esses são excelentes motivos para ir a Ronda, e foi mais ou menos o que fiz em um dia. Como optei por bater perna, não visitei nenhum museu, todavia dois deles me chamaram a atenção (fotos da net):

Museo del Bandolero

Os bandoleiros eram bandidos com um "q" romântico que viveram na cidade no século XVI.



Endereço: Calle Armiñán, 65. Abre segunda e terça das 11-15h; quarta, quinta, sexta e domingo das 11-18h; aos sábados das 11-19h. Entrada: 3.75€.

O Museu Casa Lara, em cujas salas há registros históricos, artísticos e etnográficos dos diversos períodos do passado de Ronda.



EndereçoCalle Armiñán, 29. Abre de segunda a sexta das 10-20h; sábados e domingos das 10-21h.

Em suma, pessoal, peço desculpas pelo excesso de fotos, mas é que essa cidade é uma daquelas para se conhecer antes de morrer... E, nunca, nunca se esquecer!!

Abração!!

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