Bate-e-volta desde Copenhague: o Castelo de Kronborg (Castelo da Coroa).. Ir ou não ir, eis a questão?!?



A Dinamarca, um dos reinos mais antigos do mundo, tem mais de 70 castelos. Dentre eles, o mais famoso é o Castelo de Kronborg (Castelo da Coroa), onde já viveram vários reis. É para lá que vamos, hoje...



O Kronborg se localiza em Helsingør, uma cidadezinha na ponta extrema da Zelândia, leste da Dinamarca, a apenas 47 km de Copenhagen. Ela margeia o ponto mais estreito de Öresund, o estreito entre a Dinamarca e a Suécia, que aqui tem somente quatro quilômetros de largura. Com tamanha importância estratégica, não causa espanto o fato de se ter escolhido esse ponto para se construir uma fortaleza para impedir ataques inimigos, principalmente dos vizinhos suecos.



A história:

Inicialmente, foi um forte, Krogen (O canto), construído em 1420 pelo rei dinamarquês Erik da Pomerânia que havia imposto o pagamento de um pedágio a todos os navios que desejassem entrar, ou sair, do Báltico via estreito do Categate.

Kronborg adquiriu o atual nome em 1585, quando foi reconstruído pelo rei Frederico II em seu sublime estilo renascentista. Único pela aparência e tamanho, ele, por séculos, tem sido considerado um dos mais importantes exemplos deste estilo no norte da Europa.

Em 1629, um momento de descuido de dois trabalhadores fez com que grande parte do castelo fosse incendiada. Somente a capela foi poupada. O rei Cristiano IV da Dinamarca, então, esforçou-se pra novamente o colocar de pé. Assim, por volta de 1639 o exterior estava novamente magnífico, mas o interior nunca mais retomou a sua glória original.

Com a conquista sueca de Kronborg em 1658, por Carl Gustaf Wrangel, ficou claro que o castelo estava longe de ser impenetrável. Em consequência, mais tarde, suas defesas foram reforçadas. De 1688-90, uma linha de defesa avançada, chamada Crownwork, foi adicionada. Pouco depois, uma nova série de muralhas foi construída em torno dela. Após sua conclusão, Kronborg foi considerado o forte mais seguro de toda a Europa.

De 1739 até meados do século XIX, o Kronborg foi usado como uma prisão para escravos. A cobrança de tributos foi suspensa em 1857, depois de 400 anos de pirataria legal. Em 1938, ele foi aberto à visitação pública, recebendo atualmente 250.000 visitantes/ano. Em 30 de novembro de 2000, o Kronborg foi adicionado à Lista de Patrimônio Mundial da UNESCO.




To be, or not to be: that is the question:
Whether ’tis nobler in the mind to suffer
The slings and arrows of outrageous fortune,
Or to take arms against a sea of troubles,

And by opposing end them? To die.


A história é interessante, mas vale à pena o bate-volta?!?



A verdade é que Kronborg é também conhecido por muitos como Elsinor, retratado na famosa peça do dramaturgo inglês William Shakespeare, “A tragédia de Hamlet, Príncípe da Dinamarca”, escrita entre 1599 e 1601. Ela foi representada no castelo pela primeira vez para marcar o 200° aniversário da morte de Shakespeare, com o elenco formado por soldados da sua guarnição. O palco ficava na torre de telégrafo, no canto sudoeste do castelo. Desde então, a peça é executada várias vezes no pátio e em outros locais da fortificação, durante o verão escandinavo. Inclusive, já se teve até Jude Law no papel principal.



Amor, traição, vingança, assassinato, ir ou não ir, eis a questão?!? Sério, não tem como perder, né?!? Sobretudo, nos meses de junho e agosto quando quando rola a performance conhecida como Hamlet LiveMas, ainda vale a pena visitar o castelo durante as outras estações? Sim, sim, sim.



A visita:








Depois que entramos no “forte”, observamos uma parte interior enorme. Além do castelo propriamente dito há, ainda, lugares para passear, fazer piqueniques, e uma área de jogos para as crianças brincarem.


Aqui, nos sentimos numa verdadeira fortaleza com os espessos muros e com os canhões que protegem o castelo. Vale muito a pena dar uma volta em todo o seu entorno.




Helsingborg, na Suécia.




Se ainda há algo de podre no reino da Dinamarca atualmente, não é por essas bandas...









Não deixem de caminhar sobre as muralhas e observar o Mar Báltico..





Ícone nórdico cercado por um fosso, Kronborg é ao mesmo tempo um castelo renascentista e uma fortaleza militar.





Os ingressos são vendidos em uma casa à esquerda de quem entra na fortaleza. Depois, é necessário dar uma grande volta até entrar no castelo propriamente dito.







A visita no interior do castelo:


O pátio.


Primeiro passeamos pelos aposentos reais, inicialmente desenhados por ordem do Rei Frederik II, mas que foram reconstruídos após o incêndio a mando do Rei Christian IV. Passamos pela chancelaria. a livraria, vários quartos e até banheiros (que na época eram uma raridade nos castrelos).











Os quartos à época, apesar de pertencerem a realeza, não eram grandes.



As camas eram pequenas porque naquela época as pessoas dormiam sentadas, apenas recostadas na cabeceira. Sabem por quê? Porque deitados ficavam os morto!!!



















Em uma sala estão expostas tapeçarias com o "retrato" dos reis dinamarqueses.









Ornada com vários quadros, que foram pintados para decorar o castelo de Rosenborg (em Copenhague), do século XVII, o salão de bailes é uma das salas mais longas do castelo. Possui 60 metros de extensão e era extremamente luxuoso antes do incêndio de 1629.


O maior do tipo no Norte da Europa.


O castelo é formado por quatro alas perpendiculares umas às outras, que cercam um pátio central. De um lado, Kronborg é protegido pelo mar, do outro por canais artificiais que formam um belo desenho.





Além do castelo em si, não deixem de visitar:

1. A capela, construída em 1582 e não incendiada, onde se pode ver como Kronborg era decorado, quase todo em dourado. Em “Hamlet”, Cláudio assume a culpa pelo assassinato do rei na frente desse altar.
2. Os porões do castelo (casemates), construídos entre 1574 e 1576, que são passagens subterrâneas que, no passado, protegeram muitos soldados durante os ataques ao castelo. Nessas casamatas também havia espaço para cavalos e suprimentos para alimentar cerca de 1.000 homens por até seis semanas... Um longo corredor nos leva até essas masmorras sob o castelo... Seus arredores se tornam mais e mais escuros a cada passo.
3. O terraço/torre.
4. "Holger, o dinamarquês", uma estátua que chama a atenção de quem desce à escuridão da masmorra. Adormecido, com os braços cruzados em cima da espada, ele está sempre de prontidão. Conta a lenda, que quando o reino for ameaçado por um inimigo estrangeiro, o viking se tornará real, e se levantará para defender a Dinamarca. O artista responsável pela obra foi Hans Pedersen-Dan.


O castelo oferece passeios gratuitos em dinamarquês e inglês, incluindo uma introdução ao mesmo e a visita às casemates. A primeira, com duração de 30 minutos, começa no pátio e termina na capela. O tour pelas casemates também duram 30 minutos.

A entrada no castelo varia de 95 DKK a 140 DKK, depende da época do ano e se vai ter apresentação de Hamlet. Para quem tem Copenhagen Card, a entrada é gratuita.

Horário de funcionamento: de janeiro a março, de terça a domingo das 11 às 16h/ em abril e maio, diariamente, das 11 às 16h/ de junho a setembro, diariamente das 10 às 17:30h/Outubro, diariamente das 11 às 16h/novembro e dezembro, diariamente das 11 às 16h.

Como chegar: Da Estação Central de Copenhaga (København H) apanhe qualquer trem em direção a Helsingør (estação final). Eles partem, aproximadamente, a cada 20 minutos. Um bilhete turístico 24h (Rejsekort) para todas as zonas custa 130 DKK; uma única passagem fica em torno de 20 DKK. Para quem comprou o Copenhagen Card, o transporte público está incluso. O trem passa por diversas cidades costeiras da chamada "Riviera Dinamarquesa".  Casas à prova de gelo podem ser vistas ao longo de toda a costa. O cenário é interessante, porém monótono. 



A viagem de trem dura cerca de 45 minutos. Ao sair da estação já se pode ver o castelo. Caminhando-se a beira mar, são cerca de 15 minutos a pé até a fortaleza.  



Diversos ferries fazem a travessia de Helsingør-Helsingborg em apenas 20 minutos.




Um bom lugar para tomar café-da-manhã, Kulturværftet.




É possível conhecer dois castelo em um só dia. Sugiro que peguem o trem das 8:44h até Hillerød (viagem dura cerca de 45 minutos). Reserve cerca de duas horas para conhecer o Castelo Frederiksborg (horário de funcionamento: de abril a outubro, das 10 às 17h/de novembro a março, das 11 às 15h), que foi construído no final do século XVI-início do XVII, e é o maior castelo renascentista da Escandinávia. Com inúmeras coleções de arte, objetos pessoais da realeza, tapeçarias e objetos de decoração, dizem, é um luxo só! Ademais, há exposições temporárias, o Museu de História Nacional e uma igreja.

Depois, ande cerca de 20 minutos de volta a estação de trem e embarque em direção à Helsingør. O trem sai a cada 20 minutos, e a viagem dura cerca de 40 minutos. Visite o Castelo de Kronborg e, se for verão, assista a uma peça. Se não, retorne à estação e embarque no trem direção Kristiansstad c, e desembarque em Humlebæk St. O trem sai a cada 15 minutos e a viagem dura apenas 11 minutos. Ande um pouco mais de 10 minutos até o Museu Louisiana, onde, alem de assistir a um lindo pôr-do-sol, poderá jantar.

Todo o transporte publico, ambos os castelos e o museu estão incluídos no Copenhagen Card.

Essa programação última, entretanto, só pode ser feita de terça à seta-feira, quando o Louisiana fica aberto até às 22 horas. Eu visitei o Kronborg e o museu em um domingo, assim programei conhecer o Frederiksborg no dia seguinte. Qual não foi a minha falta de sorte!! Na segunda-feira, uma greve safada parou todos os trens da Dinamarca. Para chegar em Hillerød, teria de pegar 3 ônibus... "Micou"!

Mapa:




No post seguinte, falarei sobre o Museu Louisiana.

Abraços!!

PS: Vá preparado, venta demais em Helsingør.

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