A Série Lugares Secretos que Indico visita o Museu ABBA, em Estocolmo. #MuseumWeek19
Essa é a famosa semana da #MuseuWeeK 2019. Portanto, vou, hoje, falar de um museu que quase não é um museu. Ou melhor, é bem mais que um museu.
Para ler, ouvindo:
Estocolmo é verdadeiramente uma das grandes capitais do mundo, conhecida como um bastião de negócios, cultura e aprendizado. Pois, justo neste lugar com tantas atrações, o Museu ABBA é uma parada obrigatória.
Para quem ainda não ligou o nome à coisa, aquele famoso grupo sueco de música pop, integrado por Anni-Frid "Frida" Lyngstad, Benny Andersson, Björn Ulvaeus e Agnetha Fältskog. Sacou? "ABBA", ou seja as primeiras letras de cada membro (Agnetha, Björn, Benny, Anni-Frid). Ainda, não sacou? Lembra de “Priscilla: Rainha do Deserto”? De “Mamma Mia”? Ahhh, aposto que você já está cantando. E, esse é o segredo da música do grupo. Ela não é profunda, quase nunca politizada, mas é extremamente divertida. E, não é verdade que todos nós, as vezes, precisamos de coisas que sejam apenas divertidas?
O ABBA nunca pretendeu se tornar uma das bandas mais famosas do planeta, cuja música resistisse ao teste do tempo. Eles eram apenas alguns amigos que compunham, cantavam, tocavam, namoravam e dançavam. Eles, inicialmente, estavam apenas se divertindo. O resultado acabou sendo o super-estrelato. Eu creio que, como o grupo, o museu segue esse espírito. O acervo de peças originais não é muito grande. E, apesar de toda a história do ABBA, e de seus integrantes, estar ali contada, a ideia não é uma aventura intelectual/cultural. Abusando de recursos tecnológicos e interativos, a exposição é acima de tudo leve e funny. Lá pode-se cantar, tocar e mixar músicas originais. No grande palco de hologramas, é possível tornar-se o quinto membro do ABBA, tocando com Björn, Benny Frida e Agnetha. Em um iPad, se pode escolher diferentes instrumentos do estúdio e ouvir como eles soam em uma gravação quando todos os outros instrumentos forem removidos. Tudo isso é registrado e pode ser, com o número no seu ingresso, recuperado no site do museu. Isso mesmo, a diversão é certa na visita ao museu, e ainda se ri muito em casa ao ouvir o "micão" de nossas cantorias.
Liderados pelos cofundadores do ABBA Ulf Westman e Ewa Wigenheim-Westman, o museu abriu suas portas em 2013.
Na primeira parte do museu, somos apresentados a história de vida de Björn, Benny, Frida e Agnetha, desde de suas infâncias.
Na mesma sala. está exposto como os membros se conheceram...
| The Folkpark, uma réplica do parque onde Benny Andersson e Björn Ulvaeus se conheceram |
Benny Andersson era membro da banda sueca de pop/rock Hep Stars, popular na Suécia durante os anos 60 Já, Björn Ulvaeus era o líder de uma banda chamada Hootenanny Singers. Depois de se cruzarem algumas vezes em estúdios e concertos, Benny e Björn decidiram tentar compor juntos. Uma das canções compostas, "Isn't It Easy To Say", tornou-se um hit para os Hep Stars, fazendo com que Björn participasse em alguns dos concertos.
Stig Anderson, empresário e produtor dos Hootenanny Singers e fundador
da Polar Music, acreditou que Benny e Björn teriam um maior potencial se
trabalhassem juntos e encorajou-os a compor mais canções. Foi início de uma longa parceria.
Agnetha Fältskog compunha e interpretava desde a adolescência. Assim, acabou cruzando nos "palcos da vida" com os Hootenanny
Singers, e, então, apaixonou-se por Björn. Os dois casaram em 1971,
| O casamento do ano na Suécia. |
Anni-Frid Frida Lyngstad era uma jovem cantora que ganhou um concurso de talentos, e, desde então passou a apresentar-se na TV. Pouco tempo depois, conheceria Benny
Andersson, e entre eles também rolou um clima, de forma que foram viver juntos, casando-se em 78.
Em 1973, com apoio de Stig Anderson, o quarteto lançou o compacto de "Ring Ring". Mas, foi em 74, em Brighton, que eles arrebentaram no Festival Eurovisão da Canção com "Waterloo".
| "Ring, Ring", a música que quase os viu representar a Suécia um ano antes de sua histórica vitória "Waterloo" no Eurovision em Brighton |
Ring Ring, um telefone especial, do qual apenas os quatro ex-membros do ABBA sabem o número. Tocou? Atenda...
Waterloo, uma seção feita para se parecer com a cidade de Brighton
durante o Festival Eurovisão da Canção de 1974, quando a música Waterloo foi a vencedora. Possui uma coleção com vários itens desse evento.
O sucesso se sucedeu. Ao longo dos anos, Benny e Björn trabalhavam muito, pois eram quase obcecados em compor e tocar. Em 1978, o ABBA já gozava da fama de
superastros na Europa. Com o lançamento de Voulez-Vous, na primavera de
1979, hits como "Chiquitita" e "I Have A Dream" alcançam o top das paradas de sucesso nos EUA e Canada.
O ABBA teve seu próprio estúdio em Estocolmo, onde alguns de seus álbuns mais populares foram gravados.
Na réplica do Polar Studio, quase tudo é original. O piano de Benny, as guitarras de Björn, os microfones de Frida e Agnetha, os suportes para notas e muito mais.
| O piano de Benny |
Ao lado do estúdio ficam as cabines especiais, espaços no estilo de karaokê, onde os
visitantes podem cantarolar juntos com o ABBA. Para a sorte de vocês não colocarei aqui o meu áudio cantando!
| os microfones das meninas |
Os camarins
Paralelamente, os casais criavam seus filhos... Mas, o sucesso tem seu preço, e ambos veem a se divorciar. No incio da década de 80, a banda vai entrando em em declínio, e chega ao fim 1982.
A Sala Dourada, com as espetaculares roupas de palco, discos
de ouro e capas de discos dos membros. Tudo original!!
Na segunda parte do museu, a exposição é dedica a vida do quarteto pós ABBA.
Em outubro de 1984, Ulvaeus e Andersson,
juntamente com o letrista Tim Rice lançaram o álbum do
musical Chess. Em 1986, o musical estreou no West End
de Londres, onde durou por quase três anos. Foi inaugurado na Broadway, em abril de
1988, mas não teve sucesso.
Andersson e Ulvaeus criaram o musical Kristina från
Duvemåla que estreiou em Malmö, em outubro
de 1995, e foi um mega sucesso. O musical ficou cinco
anos nos palcos de Estocolmo.
Desde 83, além de Chess e Kristina från
Duvemåla, Benny Andersson continuou a escrever canções com Björn Ulvaeus. Eles
produziram dois álbuns pop em inglês com a dupla sueca Gemini.
Em 87, Andersson lançou seu primeiro álbum solo em sua própria
gravadora, a Mono Music.
Frida lançou três álbuns-solo, em sueco, após o fim do ABBA. Em 1992, casou- com o príncipe soberano da Casa Real de Reuss, Heinrich Ruzzo, que morreu 99.
Agnetha casou-se com um cirurgião sueco em 1990,
mas a união durou apenas dois anos. Atualmente mora em uma ilha em Estocolmo.
Também lançou alguns trabalhos-solo, todos em inglês.
Andersson e Ulvaeus se envolveram na produção mundial do
musical Mamma Mia!, ao lado de Anni-Frid Lyngstad. Eles
também participaram da produção da versão cinematográfica do musical. Alias, Andersson produziu a trilha sonora do filme e também fez uma aparição como um 'pescador' tocador de piano na cena de 'Dancing Queen'. Ulvaeus também apareceu na telona como um deus grego tocando uma lira durante os
créditos finais.
Mesa de mixagem especial.
O sucesso do filme Mamma Mia! animou o quarteto que resolveu se reunir e sair em turnê esse ano. Alias, vieram ao Brasil...
- Endereço: Djurgårdsvägen 68, na Ilha Djurgården, próximo aos populares parques Gröna Lund e Skansen. Para chegar pegue o bonde 7 ou o ferry de Slussen.
- Horário de funcionamento: diariamente, das 9 às 20 horas.
- A entrada é meio salgada, custa 250 coroas suecas, mas vale a pena. Não deixem também de pegar o audioguia para ouvir as histórias da banda narrada por Catherine Johnson, autora do roteiro de Mamma Mia! (filme). Disponível em vários idiomas: inglês, sueco, finlandês, francês, alemão, espanhol, italiano, holandês, russo, japonês, polonês e chinês.
O museu fica dentro da Pop House, um hotel de
design temático com um ótimo restaurante e um bar de vidro no
térreo. Há sempre uma grande vibração e energia no local, e recomento um drinque após a visita ao museu.
É isso pessoal, deixe suas inibições em casa, porque o museu é uma festa!!
Bom domingo!!














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