Páginas

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Diário de viagem - PADOVA 2


Continuando o tour pela bela Pádua...
Saímos do Pallazo del Bo cerca de 10.15h, e seguimos direto para o histórico Caffé Pedrocchi (quase em frente), onde tomamos um cappuccino, tiramos foto e visitamos de graça, com os nossos cards, o seu museu.



Piazza Pedrocchi
Caffé Pedrocchi
 



O café foi fundado em 1772 por Francesco Pedrocchi e herdado por seu filho Antônio em 1800. Com suas habilidades empreendedoras, Antônio decidiu investir os lucros na compra das instalações adjacentes ao seu negócio e, em cerca de 20 anos, já era dono do quarteirão inteiro. Em 16 de Agosto de 1826, Antônio Pedrocchi apresentou, às autoridades municipais, um projeto para a construção de uma instalação que incluía uma fábrica de cerveja, um restaurante e um armazém de bebidas. Pediu a Giuseppe Jappelli, engenheiro e arquiteto de fama europeia, para redesenhar todo o edifício dando-lhe uma aparência elegante e única. O local fez sucesso e tornou-se um ponto encontro para os estudantes, intelectuais, académicos e políticos. Até 1916, o café mantinha-se aberto 24h e por isso ganhou o apelido de “Café sem Portas”.
O Caffé Pedrocchi entrou para história em 8 de Fevereiro de 1848, quando um estudante universitário foi ferido no seu interior. Esse acontecido deu origem a alguns dos movimentos que desencadearam o “Risorgimento” italiano. O Risorgimento foi um movimento da história italiana, que tentou entre 1815 e 1870 unificar o país, que era na época um conjunto de pequenos Estados submetido a potências estrangeiras. Esse movimento é lembrado no hino oficial da Universidade de Padova.
O Museu do Risorgimento, no primeiro piso do Caffé Pedrocchi fica aberto de 9.30-12.30/ 15.30-18h (grátis com card).

Obs: em frente ao café fica a loja Zara de Pádua! Bom...
Após visitar o café seguimos para Piazza Eremitani, aonde chegamos por volta das 11h. Abaixo, fotos aéreas do local para vocês o entenderem.
A igreja, o monastério, o museu e a capela. Vejam o parque cercado por um muro de ruínas romanas.
O resto do parque e o rio Brenta

Nosso tour matutino - do ponto F (café) ao H (jardim), passamos por belas lojas e restaurantes


Na Piazza Eremitani situa-se a Chiesa degli Eremitani e o Museu, além de ser a entrada para o parque verde pertencente ao Palazzo Zuckermann, onde encontramos a Cappella degli Scrovegni e o Giardini dell'Arena.
Aqui chegando, fomos direto a bilheteria do museu, retirar nossos ingressos para a Cappella degli Scrovegni. Depois, fomos visitar a Chiesa degli Eremitani, pois chegamos com uma hora de antecedência de nossa visita a capela (marcada para o meio dia), como recomendado.
A Chiesa degli Eremitani (com um mosteiro ao lado) foi reconstruída sobre a antiga igreja, que foi completamente destruída por bombas dos aliados em 1944. Alguns historiadores consideraram este fato a maior perda de artes da Itália, durante a Segunda Guerra Mundial.
Embora reconstruída no seu estilo românico original, os magníficos afrescos de Andrea Mantegna (nascido em Padova e aluno de Donatelo) jamais puderam ser recuperados. O único remanescente fica no canto da capela Ovetari, onde ainda se encontram uns fragmentos dos afrescos pintados entre 1454 e 1457. 
Chiesa degli Eremitani

 

Afrescos

 
Enfim, chegou a hora da visita tão esperada, a Cappella degli Scrovegni, com suas 4 paredes cobertas por afrescos de Giotto.
 
Prestem ATENÇÃO, pois não é permitido entrar na capela com volumes. É preciso deixar as bolsas no porta-volumes na entrada do museu, próximo ao local de retirada dos ingressos. Nós não sabíamos disso, e quase perdemos o horário de nossa visita. Fiquei muiiiiiiiiito nervosa...
Caminho entre o museu e a entrada da capela, com jardim cheio de estátuas. A esquerda, os restos da arena romana.
Esculturas no jardim!

Visão lateral da capela

Giardini dell'Arena nos fundos da capela

A entrada para os afrescos de Giotto

A entrada na capela é pelos fundos, onde vocês veem na foto acima. No nosso horário marcado, é possível passar pela porta principal. Mas, antes de entrar no recinto da capela propriamente dito, ficamos, por 15 minutos, em uma sala especial para estabilização do microclima interno. Nesta sala, temos acesso a informações multimídia, através de vídeos, imagens e reconstrução virtual, assim podemos entender detalhadamente as pinturas de Giotto presentes no interior. Também, aprendemos sobre o contexto no qual ele produziu suas obras. Após esse período, o grupo adentra ao recinto com os afrescos, onde se passam os 15 minutos mais rápidos de nossas vidas.

A Cappella degli Scrovegni é também conhecida como Capela Arena, por se encontrar num local ocupado por uma antiga arena romana, cujas ruínas ainda ali se encontram. Os afrescos de Giotto, nela presentes, são considerados uma das mais importantes obras-primas da arte ocidental.
A capela foi construída a mando do banqueiro Enrico degli Scrovegni, num local de acesso direto ao Palazzo Zuckermann, pertencente a sua família; portanto a mesma era particular. Acredita-se que Enrico a construiu como uma forma de penitência por causa dos pecados de seu pai, um famoso e implacável agiota.
Ao todo, os 38 afrescos pintados nas suas paredes interiores, representam a história de Maria, de Jesus e do Juízo Final, pintados entre 1303 e 1305. Esta capela foi dedicada a Santa Maria della Carità, em 1303, por isso parte do ciclo de afrescos de Giotto enfoca a vida da Virgem e celebra o seu papel na salvação humana.
Eu gostei demais da capela... Giotto em todo o seu esplendor. Tudo de um azul brilhante, e obras que não verão em qualquer outro lugar na Itália, pois o estado de conservação desses afrescos é único. As cores são tão vivas, que parece que Giotto os fez ontem.   
Evidentemente, não se pode fotografar lá dentro, mas vocês podem encontrar milhares de fotos e vídeos da capela na net. E acreditem, lá dentro é tudo ainda muito mais magnífico do que vemos nos vídeos.

Eu comprei um livrinho sobre a capela e Giotto, na saída da mesma. Gostaria de fazer um post mais completo sobre ela, mas não consegui achar onde está o livrinho. Prometo um dia fazer esse post para Série Lugares Secretos que indico 
Quando saímos da capela, fomos passear nos belos jardins, com suas estátuas e cercado pelos restos da antiga arena romana.
A frente da capela, vista de dentro do jardim
As ruinas da arena romana


O Museu Civico ou Eremitani fica nas salas e nos claustros do antigo monastério. Ele é um complexo que abriga vários museus dentro das suas instalações. No primeiro andar fica o Museu de Arte Moderna e Medieval, com ricas coleções de vidro, cerâmica e artes decorativas. Mamãe adorou essa parte, já eu passei batida...



A entrada do museu, onde fica a livraria e o guarda-volumes
Da parte central do museu, temos acesso direto a essa área, no entanto essas escadas são a saída e não entrada para as exposições
Um pouco da arte romana
O segundo pátio, por onde se entra no complexo
Busto curioso na entrada do Palazzo Zuckermann
Mais do Império Romano
 
No Museu de Arte Medieval
 
No segundo andar ficam as obras dos artistas do Vêneto do século XIV ao XVIII, e uma coleção de armas antigas e medalhas do séc. XIX. Achei lindíssimas as obras e recomendo a visita. Aqui não pude fotografar.
No Palazzo Zuckermann ficam as artes decorativas e uma vasta coleção de moedas europeias. Não fomos nesta parte.
O complexo fica aberto de 9-19h (assim como a capela, que na alta temporada as vezes tem uma visita noturna). Ele fecha as Segundas. A entrada do museu + capela, para quem não tem o card, custa £8.60 (adultos) e £3.60 (crianças).
Por enquanto, paramos por aqui. Segue a parte 3.
By!



 

Nenhum comentário:

Postar um comentário