Dicas para se assistir a shows de Flamenco em Sevilha

Todo turista quando vai conhecer a Espanha planeja assistir a um show de Flamenco. Mas, atenção assistir a Flamenco na Catalunha (Barcelona) é roubada. Em Madri, há alguns legais (veja esse post). Todavia, o berço do Flamenco é a região da Andaluzia. E, lá podemos de fato conhecer essa tradição nos seus melhores estilos.

Em Sevilha, exitem diversos tablaos de Flamenco, dos mais "turistões" com combos que incluem jantar, aos frequentados por sevilhanos. Eu acredito que vale a pena conhecer um show mais profissional, e, também, visitar uma peña.

Vou explicar. Como dizem os sevilhanos "o Flamenco não é folclore, é uma forma de expressar as emoções". E, exitem diversos estilos de cantos e danças que atendem ao nome de Flamenco, como, até mesmo a Rumba e a Milonga. Cada região tem seu estilo predominante, como vimos aqui.

Já perceberam que entender, e assistir, os shows de Flamenco não é tão fácil. Para mergulhar nestes conceitos sugiro que visitem um museu do Flamenco.

Mas, vamos ver os locais para assistir Flamenco em Sevilha. Opções não faltam... Todos os dias do ano.

Dentre os mais conhecidos, profissionais, e turísticos estão:

• O tradicional Patio Sevillano (Paseo Cristóbal Colón, 11);
• A Casa de la Memoria de Al-Andalus (Calle Ximenez de Enciso, 28) que tem ótimas recomendações;

• El Palacio Andaluz (Av. Maria Auxiliadora, 18-B);
• El Arenal (Calle Rodo, 7) com shows as 21 e 23h;
• Los Gallos na Plaza de Santa Cruz

Destes shows mais voltados para os  turistas, eu escolhi dois lugares, com as melhores indicações, e que também são museus.

A Casa de la Guitarra no Barrio de Santa Cruz. Foi fundada pelo guitarrista flamenco José Luis Postigo. Está localizada em uma casa do século XVIII, e é o primeiro museu de guitarras de flamenco da Espanha. Nela há mais 60 peças que cobrem 3 séculos de existência, entre as quais as guitarras de José Pagés, Mateo Benedid, Antonio de Torres e Manuel Ramírez, entre outros. Segundo o TripAdvisor, esse é um dos melhores museus da Espanha.

há peças do século XVIII, da primeira escola de guitarras, em Cadiz

A visita ao museu é gratuita. Para o espetáculo paguei, na hora, 17 euros. Há shows diariamente, duração de uma hora, as 19:30 e as 21 horas. 

Achei o cantor e o guitarrista excelentes, e o ambiente pequeno é bastante intimista. Recomendo, apesar de ter achado o preço meio salgado.

Não se pode filmar.

Endereço: Calle Mesón del Moro, 12. 

O outro espetáculo a que assisti foi no Museo del Baile Flamenco, o único desta espécie no mundo. Em uma casa de 4 andares do século XVIII, o museu foi fundado pela bailarina sevilhana Cristina Hoyos. Inaugurado em 2006, considero sua visita essencial. Logo na entrada há uma lojinha com coisas fofas de Sevilha e do flamenco. Depois subimos ao último andar e vamos percorrendo salas interativas com figurinos, instrumentos musicais, pinturas, esculturas e muito mais. Na parte interativa, aprendemos sobre os diferentes estilos de flamenco, e vemos espetáculos de nomes como: a própria Cristina, Carmen Amaya, Antonio Gades, el Güito, Sara Baras, Mario Maya e outros tantos. Amei!!

Castanholas, que não são usadas durante o espetáculo. Alias, o único show em que as vi em uso foi em Granada.

Endereço: Calle Manuel Rojas Marcos, também no Barrio de Santa Cruz, entre a Plaza de la Alfalfa e a Catedral. O museu funciona das 10-18:30 horas. A entrada custa 10 euros.

Na primeira planta, há um bar e o palco onde rolam os espetáculos diariamente as 17,19 e 20:45 horas. É necessário comprar ingressos com antecedência, porque eles lotam (comprem aqui ou aqui). A entrada custa 20 euros. O ideal é comprar o combo de visita ao museu + espetáculo das 19 horas, o que sai por 24 euros. Vale muito a pena, foi o show mais perfeito do ponto de vista estético e profissional a que assisti na Espanha.

Bar com vinhos e sangrias da boa.

Teto da sala de espetáculos.

Não é permitido que se filme o espetáculo.

Esse dançarino deu um show!!

Para ver a agenda de espetáculos na Andaluzia, clique aqui. 

Uma opção, mais barata, aos espetáculos profissionais, é ir a um dos bares onde rolam flamenco. Perde-se em qualidade, já que neles são os "aspirantes" que se apresentam, mas ganhe-se em originalidade e diversão. Até mesmo nós, podemos ensaiar uns passinhos.

A maioria desses, se encontra nos bairros de Santa Cruz e em Triana, a Lapa de Sevilha. Alguns destaques em Triana:

• El Mantoncillo (Calle Alfarería, 104);
• El Tejar (Calle San Jacinto, 68);
• Simpecao (Calle Castilla, 82) com Sevillanas;
• La Taberna (Calle Duarte, 3), também com Sevillanas

Dentre esses bares, cujo agito só começa em torno de 23-24 horas, dois se destacam:

No barrio de Santa Cruz, La Carbonería (Calle Levíes, 18) é um clássico da noite sevilhana. E, há a famosa Casa Anselma (Calle Pagés del Corro, 49, esquina com Antillano Campos) em Triana. Neste a própria Anselma, se for com a sua cara, te deixa entrar a partir de meia-noite. Sim, é difícil conhecê-lo, mas falam que o ambiente é o máximo.

Veja aqui o mapa com os bares de flamenco.

De resto, ainda, existem as peñas. As peñas são associações culturais, onde os amadores se apresentam. Nelas, podemos assistir ao flamenco "não turístico", tapear, e beber até altas horas da madruga. A mais conhecida é a Peña Flamenca "Torres Macarena" (Calle Torrijiano, 29).

Veja aqui a localização das principais peñas de Sevilha. E, clique aqui, pra conhecer a agenda das peñas.

Bem, era isso...

Abraços!!!