Espanha: um dia em Segóvia (passo a passo, no estilo do NY Times)

Oi!! Já contei aqui no blog que se vocês tiverem que optar entre Toledo e Segóvia para fazer um dia de bate-volta desde Madri, Segóvia deve ser a escolha.

Por isso, hoje, vou fazer um post que adoro. O passo a passo, hora a hora, de uma visita de um dia à Segóvia. Gosto deste estilo, próprio do NY Times, de abordar uma cidade, porque se tem uma ideia do tempo gasto em cada atração. Ademais, há dicas de restaurante, cafés/confeitarias e até de lojas.

Bora ver?

8 horas - na estação de Chamartín pegue o trem de alta velocidade para Segóvia. Compre a passagem com antecedência (e desconto) no site da RENFE.

8:30h - chegada a estação nova para trens de alta velocidade de onde partem ônibus para a parte central da cidade (o n°11 e o n°1 vão até o Aqueduto em cerca de 15 minutos).

9h - Aqueduto

O aqueduto de Segóvia foi construído durante os séculos I e II d.C., no governo dos imperadores romanos Vespasiano e Trajano, para para trazer água desde o Rio Frío, a cerca de 17 quilômetros de distância. Por 2 mil anos, ao longo desse longo percurso, tanques de decantação faziam o tratamento da água, já a velocidade de vazão era controlada por um gradiente de inclinação.

Imponente e extraordinário, ele, atualmente, tem 29 metros de altura, 728 metros de longitude total, 167 arcos (79 singelos e 88 dobrados).

Ele é todo de granito não cimentado.

Para tirar as melhores fotos, suba as inúmeras escadas que levam à parte mais alta do aqueduto. Lá de cima, as vista da cidade são bem bacanas.

Da Plaza del Azoguejo, pega-se a Calle Cervantes até o Mirador de la Canaleja, de onde se vê a Montaña de la Mujer Muerta e o barrio de San Millán. Em frente, fica o Teatro Cervantes.

Meu sonho é morar em um apartamento com uma varanda assim...

Já na Calle Juan Bravo (também conhecida como Calle Real), no número 33 está a Casa de los Picos. Apesar de possuir uma fachada mais próxima da imagem defensiva medieval do que da estética renascentista, ela foi erguida nos primeiros anos do século XVI.

Atualmente, abriga a Escuela de Artes Aplicadas y Oficios Artísticos.

Na sua esquina, aparece o Palacio de los del Río (do séculoXVI), e ao seu lado fica o Palacio de los de la Torre (dos séculos XV-XVI). Vale à pena xeretar o lindo pátio com colunas retorcidas. 

A Calle Real segue cheia de lojas, cafés, restaurantes e uma edificação mais bela que a outra...

Subitamente, se avista a Plaza de Medina del Campo, que lembra um pouco as piazzas italianas.

Nela se vê:

As Casa de Solier e a Casa de Bornos, duas construções renascentistas do século XVI. De frente para elas está a fonte que é obra de Francisco Bellver (1851). Há, ainda a estátua de Juan Bravo, obra de Aniceto Marinas. 

Ainda na praça, se tem a românica Iglesia de San Martín, do século XII.

A  torre, coberta por capitel barroco, foi reconstruída com azulejos no século XIV. No interior (entre na volta) os destaques são: o tríptico do pintor flamenco Adrián Isembrandt; as várias pinturas do castelhano conhecido como Maestro de las 11.000 vírgenes; um Cristo atribuído a Gregorio Fernández; e o São Francisco de Pedro de Mena.

Continuamos pela Calle Real, e a direita aparece a antiga prisão (hoje biblioteca), onde, em 1577, Lopes Vega esteve preso.

Agora, uma voltinha pelo bairro judeu. Na Plazuela del Corpus fica o convento de mesmo nome (aberto ao público), que no passado foi a Sinagoga Mayor.

Ás ruas estreitas da Juderia dão na parte lateral/de trás da catedral.

Da Plaza Mayor, segue-se pela Calle Marques del Arco, com diversos conventos.

Até alcançar-se a pitoresca Plaza Merced com a Iglesia de San Andrés, do século XII.

Via Calle Daoiz. chega-se aos portões da Plaza Reina Victoria Eugenia, onde se encontra o Alcazar.

Muitas e muitas casas de Segóvia (inclusive o Alcazar) possuem a sua fachada decorada com o que se chama de Esgrafiado (palavra que se origina do latim, onde ex = fora e grapheim = desenho).

Antes de entrar no castelo, pausa para fotos no mirante (asterisco no mapa).

Plaza Reina Victoria Eugenia

10:30h - Visita ao Alcazar (post aqui), a Torre João II, e ao café (post aqui).

12h - Há 2 opções:

Plano A - Para ver o Alcazar inteiro (de longe) e tirar fotos sensacionais, descer a escadas a direita do mesmo, e caminhar, cerca de 15 minutos, até o gramadão da Calle de los Marcos, à beira do rio. Pode-se retornar à pé ou pegar um ônibus de volta ao Aqueduto.

Plano B - passear pelo barrio de las Canonjías (post aqui).

13:30h - de uma forma, ou de outra, retorna-se a Plaza Mayor. Pega-se a Calle Cronista Lecea, para comer o famoso leitão assado da cidade no, não menos famoso, Restaurante José Maria (requer reserva prévia). Post aqui.

14:30h - na hora da siesta, de retorno a Plaza Mayor para fotos e apreciação.

A Plaza Mayor, fruto da política urbanística do século XVII, é o coração da cidade. Ela é denominada Mayor desde 1461,quando tinha outro aspecto. Isso porque a Iglesia de San Miguel ficava na praça. Em 1523, ela desabou e foi reconstruída em uma rua lateral. 

O grande destaque da praça é mesmo o Ayuntamiento (1610), com sua fachada de granito, torres com capiteis, sinos, e o relógio.

A Catedral gótica (tardio, com traços renascentistas) de Santa Maria de Segóvia, construída entre os séculos XV-XVIII, é pouco valorizada, mas é belíssima.

Entrada: 3 euros; gratuita aos domingos das 9:30-13:30h.

Horário: de Outubro a Março - de 9:30 às 17:30h/domingos de 13:15 às 17:30h. De Abril a Setembro - 9:30 às 18:30h/domingos de 13:15 às 18:30h.

Subida ao campanário (duração aproximada de 90 minutos): 10:30h - 12:30h - 16:30h.

Me apaixonei pelas últimas capelas a direita (de frente para a saída).

15:30h - de volta a praça, via Calle Isabel la Católica, passe-se em frente a Iglesia de San Miguel, retorna-se a Calle Real. Última chance para fotos e visitas internas.

Antes de chegar ao Aqueduto, uma pausa para comprar os doces divinos (para comer no trem) da Pasteleria Acueducto (post aqui).
  

16:30h - trem de volta para Madri.

Como esse dia em Segóvia não é, nem de longe, tão cansativo como o bate-volta a Toledo, é possível continuar turistando a tarde em Madri.

17h - chegada a estação de Chamartín. Pegar o metrô (linha 10) até Tribunal. Passeio pelo bairro (gay?!?) Chuenca.

18h - visita ao Museo Nacional del Romanticismo e ao Café Jardín (no interior do museu, para o chá da tarde). 

Entrada 3€. Grátis aos sábados a partir das 14h. De terça a sábado: das 9:30-20:30h/Domingos das 10-15h. Calle San Mateo, 13 (já quase em Alonso Martínez).

19:30h - Happy Hour

Bocadillo de Jamón y Champán - Calle de Fernando VI, 21. Segundas de 19:30-00h. De terça à sábado: das 13-17h e das 19:30-01:30h.

Se for um belo e quente fim de tarde, a grande pedida é o sempre animado La Tita Rivera (terraço com vista da cidade). Calle de Pérez Galdós, 4. Segunda e terça das 13-00h; quarta e quinta das 13-01h; sexta das 13-02h, sábado das 12-02h; domingo das 12-00h.

Bem amigos, tim por tim, assim foi o meu dia. Ahh, e ainda dá para jantar mais tarde, já que os espanhóis não costumam jantar cedo.

Espero que o post lhes seja útil. Qualquer dúvida é só perguntar.

Como sempre, aquele abraço!!