Bate-e-volta desde Copenhague: o Louisiana Museu de Arte Moderna
Olá!! Como lhes contei no post passado, eu fui ao Louisiana Museu de Arte Moderna em um domingo à tarde. Dessa forma, após visitar o Castelo Kronborg, optei por almoçar no super bem conceituado restaurante do museu.
O Louisiana é o museu mais visitado da Dinamarca, então vocês devem imaginar que ele estava bem cheio em um domingo. Dessa forma, como já falei, sugiro que o visitem de terça à sexta, de preferência a noite para poder jantar por lá.
O que esperar desse passeio? Arte moderna, arquitetura, natureza e gastronomia ocupando o mesmo espaço numa integração deliciosamente harmônica.
O museu abriga cerca de 3.500 obras de arte
moderna e contemporânea, que vão desde a época da II Guerra Mundial até os dias
atuais.
Ele foi fundado por Knud W. Jensen, em 1958. A ideia original era abrigar uma grande coleção de arte moderna dinamarquesa. Todavia, a coisa evolui, e hoje
o museu conta com um amplo acervo internacional, incluindo obras de Picasso,
Warhol, Liechtenstein, Rauschenberg, Miró, e muitos outros.
Tudo está em perfeita harmonia!!
Um dos pontos fortes do Louisiana é o de nos proporcionar uma experiência sensorial direta!
Arte, arquitetura e natureza são indissociáveis ali.
Uma curiosidade: o nome do museu deve-se ao fato de que a casa de campo que hoje o abriga foi construída, em 1855, por Alexander Brun, um dinamarquês que teve nada mais, nada menos, que 3 esposas com o mesmo nome – Louise... Louisiana.
Jean Dubuffet, "Manoir d'Essor", 1969-1982.
A arquitetura do museu per si é fantástica! O projeto inicial, de Jørgen Bo e Wilhlem Wohlert, levou em conta dois fatores críticos: a coerência e a gentileza. Assim, eles conceberam prédios modernos em profunda conexão com os jardins, como se eles fossem um passeio coberto com o mar ao fundo. Ao longo dos anos, o museu ganhou várias expansões, sempre fieis aos conceitos originais, criando-se então galerias maiores, com pés direitos altos e mais andares. Em uma dessas reestruturações, uma sala de concerto com ótima acústica foi adicionada para abrigar não somente espetáculos de música, mas igualmente palestras, debates e outros eventos.
Desde 2000, o Louisiana é dirigido pelo crítico de arte Erik Tøjner.
Knud W. Jensen nunca teve a intenção de apresentar as obras de maneira linear e cronológica. Ao contrário, a ideia era dar diferentes focos sobre determinado grupos de artistas. A fim de tornar cada visita uma experiência única, optou-se por apresentar também mostras temporárias e temáticas, o que não era nada comum no século passado.
Mas, o Louisiana é muito famoso, entre outras coisas, graças a um truque dos curadores conhecido por “princípio da sauna”. Como assim? Esse princípio consiste em dividir as exposições em duas zonas: a quente e a fria. Na zona quente, ficam as peças de artistas muito populares, já conhecidas do público. Na fria, são expostas obras de artistas novos e menos acessíveis. O truque consiste em combinar os dois oferecendo-se sempre ao público a chance de apreciar novidades em cada visita dedicada “aos velhos conhecidos”.
No prédio, há sete seções com diferentes tipos de arte e experiências: fotografia, escultura (destaque para uma sala inteira dedicada às criações de Giacometti!), arquitetura, etc.
Nos jardins entorno do prédio principal fica o Parque das Esculturas com mais de 60 obras de renomados artistas, tais como: Alexander Calder, Louise Bourgeois, Henry Moore, Joel Shapiro, Enzo Cucchi, Dani Karavan e George Trakas e outros.
| Joan Miró |
Apesar de nunca estar vazio, o parque de esculturas é um lugar calmo e relaxante.
John Russell, o crítico do The New York Times, afirmou em 1994 que o Louisiana causa um “efeito terapêutico” nas pessoas. Durante os 30 anos em que frequentou o museu, ele disse que nunca viu um visitante apressado ou cansado.
Two Piece Reclining Figure No 5 (1963-1964) de Henry Moore e o azul do mar.
O complexo conta com muitas atividades além das mais de 10 exposições temporárias/anuais de alta qualidade.
Knud W. Jensen sabia que a arte contemporânea é de difícil familiarização. Portanto, pregava ser necessário que se familiarizassem com a sua linguagem gradualmente. Logo, criou uma uma ala onde os pimpolhos
podem pintar, desenhar, esculpir, construir, e explorar o trabalho dos
artistas expostos.
Jensen acreditava, também, que era necessário se fazer
uma pausa entre uma obra e outra, por isso investiu bastante no espaço do café.
Assim, hoje, podemos ali repousar e contemplar a bela vista com duas esculturas
monumentais de Alexander Calder, o mar e, no final do horizonte, a Suécia. Suécia?
Exato, é possível se avistar o país vizinho dali. Então, faça assim: pague os 159 DKK (almoço; o jantar custa 179 DKK) e desfrute o quanto
quiser do buffet, com: salmão, sopas, peito de frango com ratatouille, batatas com pesto, quiche com purê de couve-flor e
cebola roxa, saladas, dois tipos de queijo dinamarquês com compota
de ameixa, além de deliciosos pães caseiros. Após se servir, e com uma taça de vinho, siga para a varanda.
Não achei a comida divina, mas para um almoço estava OK.
Antes de partir, não deixe de passar na maravilhosa
lojinha, com: livros, gravuras, objetos de decoração com design escandinavo,
utensílios de cozinha, joias e roupas sensacionais.
Endereço: Gl. Strandvej 13, Humlebæk.
Como Chegar: o Louisiana está localizado a cerca de 40
minutos de trem (linha C do S-train) da estação central de Copenhague. Chegando-se em Humlebæk, é
preciso se caminhar cerca de 20 minutos até o museu (para o norte pela Strandvej), ou pegar um táxi, ou apanhar o ônibus da linha 26 (passam a cada
20 minutos e saem em Hovedbanegarden).
A entrada custa 125 DKK.
Horário de Funcionamento:
De terça a sexta, das 11 às 22h; sábados e domingos,
das 11 às 18h.
Horário de Funcionamento do café: e terça a sexta, das 11 às 21:30h; sábados
e domingos, das 11 às 17:30h.
Em suma, um super passeio.
Abração!!



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