Ainda falando sobre o meu tema preferido: a
Segunda Guerra Mundial. Vamos voltar a Polônia, onde estive em 2018, mas não
tive a oportunidade, ainda, de lhes contar tudo.
As primeiras informações sobre o povo judeu
em Varsóvia, capital da Polônia, datam do século XV quando a tolerância local atraía
muito novos moradores. Inicialmente, os judeus se estabeleciam na Cidade Velha,
mas a crescente prosperidade desse povo acabou intimidando os burgueses, e
esses proibiram a população judia de morar dentro da cidade. Em consequência, os judeus começaram a se instalar em vilarejos fora da cidade. Eles
também se instalaram no bairro de Praga que, até 1791, era outra cidade e não
um bairro de Varsóvia, como hoje.
Todavia, os tempos de tolerância não duraram
muito. Após a Terceira Partição da Polônia (1795), as autoridades da Prússia
proibiram os judeus de morarem em Varsóvia e os atribuíram novos sobrenomes. Credita-se a invenção desses novos sobrenomes a Ernest Theodor Amadeus Hoffmann, poeta
alemão autor do conto “O Quebra-Nozes e o Rei dos Camundongos”. Hoffman
trabalhava como escrivão em Varsóvia, e era chegado a “gracinhas”, de forma que
os sobrenomes que ele inventou sempre tinham um toque de humor. Para os judeus
mais ricos, ele dava o sobrenome de Goldberg ou Goldstein. A outros atribuiu uma
série de sobrenomes relacionados à fauna e flora, como por exemplo: Apfelbaum
(macieira), Rosenbaum (árvore de rosas). Esses sobrenomes que foram dados em
Varsóvia, com o tempo, se espalharam por todo mundo.
A recuperação da Independência da Polônia, em
1918, significou igualdade de direitos aos judeus. De forma que, na segunda
metade do século XIX, sua a vida social voltou a florescer e, no centro de Varsóvia,
foi construída a Grande Sinagoga, que se tornou o símbolo do judaísmo na cidade.
Ali aconteciam grandes cerimônias para comemorar feriados judaicos e nacionais,
além de apresentações de cantores conhecidos mundialmente. Naquela época, muitos
artistas, cientistas e pensadores judeus moravam em Varsóvia, entre eles Ludwik
Zamenhof, o criador da língua Esperanto cujo fundamento principal seria
tornar-se uma língua universal, a fim de eliminar guerras decorrentes de
mal-entendidos entre os falantes de várias línguas. Uma grande parte da
população acadêmica da cidade também era constituída por estudantes judeus. Foi
na Universidade de Varsóvia, por exemplo, que estudou Menachem Begin, um dos
líderes do movimento sionista, que propôs a criação do Estado Judeu na
Palestina, tornando-se, mais tarde, o sexto primeiro-ministro de Israel e ganhador
do Prêmio Nobel da Paz, em 1978.
Nos anos 30 do século passado, a comunidade
judaica representava cerca de 30% da população varsoviana, sendo a maior da
Europa e a segunda maior do mundo, perdendo apenas para a cidade de Nova York. De
fato, 350.000 judeus participavam ativamente da vida da cidade. Assim, apareceram
vários jornais em polonês, hebraico e iídiche. Ademais, diversos pintores e
escultores criavam de forma bastante ativa. Nesta época, também houve uma
grande produção de filmes em polonês e iídiche, sendo que muitos dos seus
diretores eram de origem judaica. Samuel Goldwyn, co-fundador da produtora e
distribuidora de filmes Metro-Goldwyn-Mayer ou MGM, por exemplo, nasceu em
Varsóvia. A cena musical varsoviana também era muito rica. Aliás, um dos músicos
mais conhecido da época foi Wladyslaw Szpilman, cujas memórias do tempo da
ocupação tornaram-se famosas por causa do filme “O Pianista”, de Roman
Polański.
Polônia em 1933 |
Infelizmente, tudo isso acabou... No início
de 1939, a União Soviética tentou formar, com Reino Unido, França, Polônia e Romênia, uma aliança contra a Alemanha nazista. Diversas dificuldades,
incluindo a recusa da Polônia e da Romênia de permitir direitos de trânsito
pelos seus territórios das tropas soviéticas, levaram ao fracasso das
negociações. Os soviéticos, então, mudaram de posição, e em 23 de agosto de
1939 assinaram o Pacto Molotov-Ribbentrop com a Alemanha nazi. Como resultado desse
acordo, em 01 de Setembro, os alemães invadiram a Polônia a partir do oeste e,
em 17 de Setembro, o Exército Vermelho invadiu a Polônia a partir do leste. O
governo soviético justificou o ataque alegando que estava protegedo os
ucranianos e os bielorrussos, que viviam na parte oriental da Polônia, uma vez
que o estado polaco tinha sido derrotado com o ataque alemão e já não podia
garantir a segurança dos seus próprios cidadãos.
Na
verdade, Varsóvia não se rendeu facilmente a Alemanha em 1939. Houve uma grande
batalha que envolveu, de um lado, as tropas da Alemanha e, do outro, tropas do
Exército Polonês e uma pequena milícia de civis voluntários. Mas, invadida
pelos dois lados, a Polônia não teve como reagir à Alemanha nazista e a União
Soviética. Uma curiosidade: é daí que vem a expressão “corredor polonês” que
consiste em uma pessoa indefesa ter que sair correndo entre duas filas,
recebendo bordoadas de ambos os lados. Varsóvia caiu após 16 dias de intenso
combate e as tropas alemãs entraram na cidade no dia 29 de setembro, logo após
sua rendição.
Em 23 de novembro de 1939, as autoridades
alemãs de ocupação civil criaram a exigência de que os judeus se identificassem
em público utilizando braçadeiras brancas com uma Estrela de Davi azul. Os
alemães fecharam as escolas judaicas, proibiram o comércio com não judeus e confiscaram
as propriedades dos judeus.
Arredores de Varsóvia, 1940 |
O
Gueto de Varsóvia
Em
outubro de 1940, os alemães criaram o Gueto de Varsóvia, em uma área, ao norte do centro (Muranow), que correspondia a
2,4% do território da cidade, para onde 380 mil pessoas consideradas judias (cerca de 30% da população
local) foram inicialmente deslocadas. Mais tarde, judeus de outras
cidades da Polônia e de toda Europa também foram para lá levados. Sem dúvida, o Distrito Residencial
Judeu (Jüdischer Wohnbezirk) era uma área muito pequena para todas essas
pessoas.
Deportações de prisioneiros para o Gueto de Varsóvia, 1941-1942 |
Um
mês após a criação do gueto, em 16 de novembro de 1940, os próprios judeus
foram obrigados a construir um muro, com mais de 3 metros de altura, que dividia várias ruas e praças da
cidade. A partir de então, quem não fosse judeu não podia entrar no
gueto, e os judeus, por sua vez, só saiam para trabalhar forçosamente em alguma
empresa.
Gueto de Varsóvia, 1940 |
Clique aqui para ver o mapa no Google Maps. |
Área de 400 hectares com 73 ruas, 27.000 moradias, igrejas, fábricas, cemitério e um campo desportivo. Tudo vedado por um muro de 18 km com três metros de altura. Havia duas partes, o “Grande Gueto” e o “Pequeno Gueto”, que foram distinguidas em outubro de 1941. A “linha divisória” que as separava era a rua Chlodna, que na verdade não pertencia ao gueto. Assim, era necessário que os “moradores” do gueto atravessassem diariamente uma ponte de madeira.
No
dia 26 de janeiro de 1942, uma ponte de madeira sobre a rua Chłodna foi aberta
para os cidadãos do Gueto de Varsóvia. |
Dentro do gueto, a ração, entregue pelos alemães, que cada um tinha “direito” era diversa, mas dividida da seguinte forma: 2400 calorias para alemães, 1800 calorias para polacos e 184 calorias para os judeus. 184 calorias são menos que 10% do necessário para o corpo humano se manter vivo. Desesperados, os judeus iam morrendo lentamente de desnutrição. Todavia, como judeus de todas as partes da Europa continuavam chegando, o gueto estava sempre superlotado, o que favorecia a disseminação de doenças.
No gueto, os judeus eram representados pelo
conselho judaico (Judenrat), liderado por Adam Czerniaków, que tentava negociar
com as autoridades alemãs alguma assistência aos judeus. Quase sempre sem
sucesso.
Em 22 de julho de 1942, teve inicio os
transportes dos judeus para os campos de extermínio. No início, os judeus não
sabiam o que iria lhes acontecer. Eles acreditavam que estavam sendo transportados
para guetos em outras cidades onde se estava precisando de mão de obra para o
trabalho escravo.
Deportações
efetuadas no Gueto de Varsóvia, 1942
|
O líder do Judenrat tentou, mas não conseguiu
evitar as deportações. Na verdade, era mesmo ele o responsável por apontar os
nomes dos que seriam enviados para os campos. Não suportando essa situação,
Adam Czerniaków se suicidou em 23 de julho de 1942.
Até janeiro de 1943, 317.000 judeus foram
transferidos para o campo de extermínio de Treblinka, próximo à Varsóvia, e morreram
nas câmaras de gás. Os primeiros a serem levados foram os idosos, as crianças e
os doentes. Aqueles que ainda podiam trabalhar iam ficando. No final, os judeus
do gueto foram reduzidos a cerca de 60.000, os que não foram para o campo de
extermínio, morreram de fome ou doentes.
Revolta do Gueto de Varsóvia, 1943 |
O Levante do Gueto (19
de Abril de 1943 – 16 de Maio de 1943)
O primeiro conflito da resistência judia
ocorreu em 18 de janeiro de 1943, quando vários batalhões da SS marcharam para
o gueto com o objetivo de capturar e deportar mais judeus. Eles foram atacados
de surpresa, e mesmo tendo prendido cerca de 5.000 judeus, os agentes das SS e
a polícia assustados resolveram recuar. Esse ataque teve como consequência a
suspensão temporária das deportações, ademais a resistência tomou o controle do gueto e
lutou até contra a polícia judaica, que era composta por judeus que colaboravam
com os nazistas.
Logo, Heinrich Himmler, líder da SS, ordenou ao major-general
da SS local, Jürgen Stroop, que extinguisse o Gueto de Varsóvia até meados de
fevereiro. Assim, sucederam-se vários ataques, mas em nenhum deles os alemães tiveram
sucesso. Por outro lado, a resistência não era capaz de libertar o gueto.
O grande confronto aconteceu na noite da
páscoa judaica, dia 19 de abril de 1943. Nesse dia, um domingo, uma nova força
policial, em conjunto com as SS, tentou entrar no gueto, com o objetivo de
deportar os judeus restantes. Mas,os habitantes resistiram violentamente. Lutaram
3.000 alemães, bem armados e em excelentes condições físicas, contra 1.500
judeus desesperados. Os “moradores” atacaram, com todos os meios possíveis: com
as poucas armas contrabandeadas a partir da resistência polaca, com escorredores
de macarrão, com panelas de barro, com colheres de madeira e com a própria
vida. Mas, a essa altura, os alemães já estava mais preparados e responderam destruindo as casas bloco por bloco e matando todos os judeus que conseguiram
capturar.
Os judeus continuaram resistindo durante
quatro semanas frente a um poderio militar muito maior. Em 08 de maio, os
rebeldes foram cercados. Às 20 horas e 15 minutos do dia 16 de maio de 1943, decretou-se
o fim do Levante do Gueto.
O major-general Jürgen Stroop informou,
então, a Berlim sobre o que considerou uma operação de "êxito":
"A resistência oferecida por judeus e bandidos pôde ser vencida. Somente
com a ação incansável de todas as forças, foi possível registrar e eliminar
comprovadamente um total de 56.065 judeus. Não existe mais o antigo bairro
judeu de Varsóvia.”.
Após
as revoltas, o gueto tornou-se o local onde os prisioneiros e reféns polacos
eram executados pelos alemães. Mais tarde, foi criado um campo de concentração
na área do gueto. Chamava-se KL Warschau.
Pois é, o saldo final foi de pelo menos 7.000
judeus mortos no gueto durante a revolta, e cerca de 42.000 capturados e
enviados para os campos de trabalho escravo e para o Campo de Concentração de
Majdanek. As SS e a polícia enviaram outros 7.000 para serem mortos em Treblinka.
Isso sem contar os rebeldes que se suicidaram. Já, o lado alemão perdeu menos
de 50 soldados. Olhando-se para os números frios não parece ter sido uma boa
ideia. Todavia, é possível imaginar o simbolismo que o levante teve para os
poloneses e para os judeus, que ao menos morreram dignamente lutando. Além
disso, o levante causou uma baita “dor de cabeça” para os alemães que tiveram
que retirar tropas do front para poder conter a revolta.
Depoimento: "Os alemães foram obrigados
duas vezes a fugir do gueto. Uma vez, conseguimos manter a posição retomada por
40 minutos; outra vez, por seis horas.”.
Carta de despedida de um judeu suicida:
"Com a minha morte, quero protestar uma última vez contra a passividade
com que o mundo inteiro assiste e permite que o povo judeu seja
eliminado".
O Levante do Gueto de Varsóvia deu esperança e
coragem para os civis poloneses. Afinal se os judeus que estavam no gueto
praticamente sem comida e sem armas conseguiram se rebelar, por que quem estava
fora não conseguiria? Essa sementinha gerou o Levante de Varsóvia, que teve início
em 1° de agosto de 1944. Mas, essa história vou abordar no próximo post.
Após a guerra, a Polônia foi dominada pela
URSS. E, como resultado da campanha anti-judaica de 1968, cerca de 20 mil
pessoas de origem judia saíram do país. Até 1989, as relações entre poloneses e
judeus foram “contaminadas” pelo governo comunista. Felizmente, agora, o país recupera,
aos poucos, a consciência da sua história secular ao lado do povo judeu.
Assim, atualmente, Varsóvia é novamente um centro da vida cultural judaica.
Na região da Praça Grzybowski, encontra-se a única sinagoga que sobreviveu à
Segunda Guerra e nela acontecem vários eventos culturais. Também nessa região encontra-se o
Teatr Żydowski im. Estery Racheli i Idy Kaminskich, dois dos únicos teatros europeus
onde existem espetáculos em iídiche.
Em 2013, em comemoração aos 70 anos do
Levante do Gueto de Varsóvia, foi inaugurado o Museu da História dos Judeus Poloneses
(POLIN), obra dos arquitetos finlandeses Rainer Mahlamäki e Ilmari Lahdelma, em
colaboração com os arquitetos poloneses da Kurylowicz e Associados. O museu
restaura a rica história de 1.000 anos dos judeus poloneses, desde a
Idade Média até os tempos modernos. Como sua proposta é celebrar a vida,
e não relembrar a morte, a parte dedicada ao Holocausto não é seu foco
principal. Ao contrário, grande parte da exposição se dedica a apresentar a relação
entre os poloneses e os judeus, e como esses foram influentes na arquitetura,
arte e literatura do país. Veja os detalhes desse museu neste post.
Outro lugar, relativamente novo “no mapa da Varsóvia judia” é uma
instalação artística, conhecida como a casa mais estreita do mundo. Seu
primeiro inquilino foi um escritor israelense, Etgar Keret, e por isso, a casa
se chama Dom Kereta (Casa Keret).
Lembra
a Ponte dos Suspiros que vimos acima? A ponte de madeira ao longo da rua
Chłodna que conectava o "Pequeno Gueto" ao "Grande Gueto”
naqueles dias? Hoje, ela não existe mais, mas, em 2011, Tomasz de Tusch-Lec desenhou
uma instalação luminosa localizada onde ela se encontrava, a Passarela da Memória. Trata-se um par de postes metálicos ligados por fibras ópticas que,
após o pôr-do-sol, projetam através da luz a forma de uma passarela. Há, ainda,
uma projeção na rua Chłodna que simboliza as bordas do gueto. No interior dos
postes, uma exposição resgata a memória daqueles trágicos acontecimentos por
meio de multimídia e imagens 3D.
Não
faltam atrações desse tipo na atual Varsóvia. Inclusive há anualmente um Festival da Cultura Judaica.
Para
realmente conhecer a história da comunidade judaica de Varsóvia, deve-se fazer
um tour a pé pela região onde ficava o Gueto de Varsóvia, entre as avenidas
Wladyslawa Andersa e Marszalkowska. O Caminho da Memória, Martírio e Combate é um
circuito circular, onde se pode visitar o Memorial de Umschlagplatz, o Monumento
aos Heróis do Gueto, a Prisão Pawiak, a Sinagoga Nożyk, o Muro do Gueto, o
Cemitério Judaico, etc.
Memorial
da Umschlagplatz (Stawki 10). Ele está localizado no local onde, em 1942, os
judeus esperavam o trem para ir ao Campo de Concentração de Treblinka. Sua
forma lembra as paredes do gueto e de um vagão de trem. Há mais de quatrocentos
nomes de vítimas gravados nele.
Caminhando-se
da Umschlagplatz até Monumento aos Heróis do Gueto, ao longo da Rota Memorial
do Martírio e da Luta dos Judeus, passa-se por pedras comemorativas que retratam
a história das figuras mais importantes do Gueto de Varsóvia (na rua Stawki).
Monumento
aos Heróis do Gueto. Foi criado logo após a Segunda Guerra Mundial para
homenagear aqueles que lutaram e morreram no Gueto de Varsóvia. Foi neste
monumento, em 1970, que o chanceler alemão Willy Brandt se ajoelhou em
desculpas pelos crimes cometidos pelo Terceiro Reich. Ele fica em frente ao POLIN.
Prisão Pawiak (Dzielna
24/26). Construída em 1835, inicialmente, essa prisão foi utilizada para abrigar
os desafetos do governo “da hora”. Todavia, foi durante a Segunda Guerra
Mundial que sua função se tornou mais cruel. A prisão passou a abrigar judeus
que “aguardavam” o envio para os campos de extermínio. Hoje, é um museu.
Instituto Histórico Judaico (Tłomackie 3/5). Antes da guerra, este edifício histórico
abrigava a Biblioteca Judaica Principal e o Instituto de Ciências Judaicas.
Durante a guerra, abrigou o escritório da Organização Judaica de Autoajuda
Social. Em 1947, após sua reconstrução, o prédio tornou-se a sede do Instituto
Histórico Judaico. No seu interior está o arquivo Ringelblum do Gueto de
Varsóvia, listado como Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO.
Na
época da Segunda Guerra Mundial, a Grande Sinagoga de Varsóvia foi explodida
pelo major-general Jürgen Stroop, como símbolo da sua vitória sobre Levante do Gueto.
Atualmente, no seu lugar existe um grande prédio comercial, conhecido como Blue
Tower (plac Bankowy 2).
Sinagoga
Nożyk (Twarda 6). Em estilo neorromânico, ela foi fundada por Zalman ben
Menashe Nożyk, um rico comerciante de têxteis, e sua esposa Ryfka. Durante a
Segunda Guerra Mundial, serviu aos alemães como estábulo e armazém de ração,
assim foi a única sinagoga da capital que sobreviveu à guerra.
Rua
Próżna. Um dos poucos lugares onde a atmosfera da Varsóvia judaica foi
preservada, já que alguns dos seus prédios sobreviveram à guerra.
Parte
preservada do muro do gueto judeu. Localizado entre as ruas Sienna (número 55) e
Złota. Atenção às lajes de ferro implantadas nas calçadas que delimitam o
antigo gueto.
Cemitério
Judaico (ul. Okopowa 49/510). Nele estão enterradas muitas pessoas eminentes,
entre elas Ludwik Zamenhof e o escritor Ischok Leib Perec. O grande destaque,
entretanto, é o túmulo simbólico de Janusz Korczak, o protetor das crianças que
durante a Segunda Guerra Mundial foi assassinado em Treblinka junto à elas em
uma câmara de gás.
Rua
Mila. Foi palco da última resistência dos insurgentes judeus contra o exército
alemão, em 1943.
Outros
pontos relacionados aos judeus em Varsóvia:
Praça
Pilsudski. Praça sagrada para os poloneses, que foi rebatizada com o nome de
Hitler durante a ocupação alemã. É onde fica um fragmento do majestoso Palácio
Saxon, do século XIX, antes localizado ali. Hoje, esse fragmento faz parte de uma
colunata arqueada que enfeita o Túmulo do Soldado Desconhecido da Polônia.
Palmeira.
Como contei no inicio do post, no passado, diversos judeus viveram em vilarejos
fora de Varsóvia. A memória de um desses vilarejos sobreviveu com o nome de
Alej Jerozolimskich (Avenida Jerusalém). Hoje, na Alej Jerozolimskich, existe
uma palmeira artificial, projetada pela artista Joanna Rajkowska e instalada em
2002, com o nome de “Saudações da Avenida Jerusalém”. Para Rajkowska, a palmeira
é uma forma de fazer a população local refletir sobre a historia da cidade e da
sua comunidade judaica ao longo dos anos.
Villa
Żabiński (Ratuszowa 1/3). É uma casa localizada no Zoológico de Varsóvia.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o diretor do zoológico, Jan Żabiński, e sua
esposa esconderam nela judeus do Gueto de Varsóvia. A história deles foi
retratada no filme “The Zookeeper’s Wife”, estrelado por Jessica
Chastain como Antonina Żabińska.
Cemitério
Judaico de Bródno (ul. św. Wincentego 15). É o maior e mais antigo cemitério
judeu de Varsóvia, tendo sido fundado em 1780 por iniciativa de Szmul Zbytkower
(o banqueiro da corte do rei polonês Stanisław August Poniatowski). No seu pavilhão
da entrada, pode-se visitar a exposição “Bejt almin - a casa da eternidade”, sobre
os costumes funerários judaicos. Nas laterais, há enormes cestos de aço cheios
de pedaços de matzevot, ou lápide judaica, trazidos de vários lugares de
Varsóvia.
Outros
monumentos relacionados à Segunda Guerra Mundial em Varsóvia:
Pequeno
Insurgente (esquina da rua Waski Dunaj com a muralha). Uma homenagem às
crianças e jovens que lutaram no Levante de Varsóvia.
Monumento
aos Insurgentes. Foi feito em homenagem aos Insurgentes do Levante de Varsóvia,
movimento rebelde contra os nazistas, em 1944. Foi onde Donald Trump realizou
seu famoso discurso em Julho de 2017.
Faltou neste post falar sobre o Museu do Levante de Varsóvia, que junto com Museu da História dos Judeus Poloneses (POLIN), é onde se aprende toda essa história. Ambos são absolutamente imperdíveis!
No mapa:
Abraços!!
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