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sábado, 7 de novembro de 2020

Lembranças de um triste e conflituoso passado: explorando a histórica da Varsóvia judaica e aprendendo mais sobre Levante do Gueto



Ainda falando sobre o meu tema preferido: a Segunda Guerra Mundial. Vamos voltar a Polônia, onde estive em 2018, mas não tive a oportunidade, ainda, de lhes contar tudo.

As primeiras informações sobre o povo judeu em Varsóvia, capital da Polônia, datam do século XV quando a tolerância local atraía muito novos moradores. Inicialmente, os judeus se estabeleciam na Cidade Velha, mas a crescente prosperidade desse povo acabou intimidando os burgueses, e esses proibiram a população judia de morar dentro da cidade. Em consequência, os judeus começaram a se instalar em vilarejos fora da cidade. Eles também se instalaram no bairro de Praga que, até 1791, era outra cidade e não um bairro de Varsóvia, como hoje.

Todavia, os tempos de tolerância não duraram muito. Após a Terceira Partição da Polônia (1795), as autoridades da Prússia proibiram os judeus de morarem em Varsóvia e os atribuíram novos sobrenomes. Credita-se a invenção desses novos sobrenomes a Ernest Theodor Amadeus Hoffmann, poeta alemão autor do conto “O Quebra-Nozes e o Rei dos Camundongos”. Hoffman trabalhava como escrivão em Varsóvia, e era chegado a “gracinhas”, de forma que os sobrenomes que ele inventou sempre tinham um toque de humor. Para os judeus mais ricos, ele dava o sobrenome de Goldberg ou Goldstein. A outros atribuiu uma série de sobrenomes relacionados à fauna e flora, como por exemplo: Apfelbaum (macieira), Rosenbaum (árvore de rosas). Esses sobrenomes que foram dados em Varsóvia, com o tempo, se espalharam por todo mundo.

A recuperação da Independência da Polônia, em 1918, significou igualdade de direitos aos judeus. De forma que, na segunda metade do século XIX, sua a vida social voltou a florescer e, no centro de Varsóvia, foi construída a Grande Sinagoga, que se tornou o símbolo do judaísmo na cidade. Ali aconteciam grandes cerimônias para comemorar feriados judaicos e nacionais, além de apresentações de cantores conhecidos mundialmente. Naquela época, muitos artistas, cientistas e pensadores judeus moravam em Varsóvia, entre eles Ludwik Zamenhof, o criador da língua Esperanto cujo fundamento principal seria tornar-se uma língua universal, a fim de eliminar guerras decorrentes de mal-entendidos entre os falantes de várias línguas. Uma grande parte da população acadêmica da cidade também era constituída por estudantes judeus. Foi na Universidade de Varsóvia, por exemplo, que estudou Menachem Begin, um dos líderes do movimento sionista, que propôs a criação do Estado Judeu na Palestina, tornando-se, mais tarde, o sexto primeiro-ministro de Israel e ganhador do Prêmio Nobel da Paz, em 1978.

Nos anos 30 do século passado, a comunidade judaica representava cerca de 30% da população varsoviana, sendo a maior da Europa e a segunda maior do mundo, perdendo apenas para a cidade de Nova York. De fato, 350.000 judeus participavam ativamente da vida da cidade. Assim, apareceram vários jornais em polonês, hebraico e iídiche. Ademais, diversos pintores e escultores criavam de forma bastante ativa. Nesta época, também houve uma grande produção de filmes em polonês e iídiche, sendo que muitos dos seus diretores eram de origem judaica. Samuel Goldwyn, co-fundador da produtora e distribuidora de filmes Metro-Goldwyn-Mayer ou MGM, por exemplo, nasceu em Varsóvia. A cena musical varsoviana também era muito rica. Aliás, um dos músicos mais conhecido da época foi Wladyslaw Szpilman, cujas memórias do tempo da ocupação tornaram-se famosas por causa do filme “O Pianista”, de Roman Polański.

Polônia em 1933


Infelizmente, tudo isso acabou... No início de 1939, a União Soviética tentou formar, com Reino Unido, França, Polônia e Romênia, uma aliança contra a Alemanha nazista. Diversas dificuldades, incluindo a recusa da Polônia e da Romênia de permitir direitos de trânsito pelos seus territórios das tropas soviéticas, levaram ao fracasso das negociações. Os soviéticos, então, mudaram de posição, e em 23 de agosto de 1939 assinaram o Pacto Molotov-Ribbentrop com a Alemanha nazi. Como resultado desse acordo, em 01 de Setembro, os alemães invadiram a Polônia a partir do oeste e, em 17 de Setembro, o Exército Vermelho invadiu a Polônia a partir do leste. O governo soviético justificou o ataque alegando que estava protegedo os ucranianos e os bielorrussos, que viviam na parte oriental da Polônia, uma vez que o estado polaco tinha sido derrotado com o ataque alemão e já não podia garantir a segurança dos seus próprios cidadãos.

Na verdade, Varsóvia não se rendeu facilmente a Alemanha em 1939. Houve uma grande batalha que envolveu, de um lado, as tropas da Alemanha e, do outro, tropas do Exército Polonês e uma pequena milícia de civis voluntários. Mas, invadida pelos dois lados, a Polônia não teve como reagir à Alemanha nazista e a União Soviética. Uma curiosidade: é daí que vem a expressão “corredor polonês” que consiste em uma pessoa indefesa ter que sair correndo entre duas filas, recebendo bordoadas de ambos os lados. Varsóvia caiu após 16 dias de intenso combate e as tropas alemãs entraram na cidade no dia 29 de setembro, logo após sua rendição.

Em 23 de novembro de 1939, as autoridades alemãs de ocupação civil criaram a exigência de que os judeus se identificassem em público utilizando braçadeiras brancas com uma Estrela de Davi azul. Os alemães fecharam as escolas judaicas, proibiram o comércio com não judeus e confiscaram as propriedades dos judeus.

Mais tarde, as coisas pioraram...


Arredores de Varsóvia, 1940



O Gueto de Varsóvia

Em outubro de 1940, os alemães criaram o Gueto de Varsóvia, em uma área, ao norte do centro (Muranow), que correspondia a 2,4% do território da cidade, para onde 380 mil pessoas consideradas judias (cerca de 30% da população local) foram inicialmente deslocadas. Mais tarde, judeus de outras cidades da Polônia e de toda Europa também foram para lá levados. Sem dúvida, o Distrito Residencial Judeu (Jüdischer Wohnbezirk) era uma área muito pequena para todas essas pessoas.

Deportações de prisioneiros para o Gueto de Varsóvia, 1941-1942


Um mês após a criação do gueto, em 16 de novembro de 1940, os próprios judeus foram obrigados a construir um muro, com mais de 3 metros de altura, que dividia várias ruas e praças da cidade. A partir de então, quem não fosse judeu não podia entrar no gueto, e os judeus, por sua vez, só saiam para trabalhar forçosamente em alguma empresa.

Gueto de Varsóvia, 1940

Esses muros eram protegidos por arames farpados, e vigiados constantemente pelos nazistas para impedir quaisquer relações entre os “moradores” do gueto e o restante da população de Varsóvia.


Clique aqui para ver o mapa no Google Maps.


Área de 400 hectares com 73 ruas, 27.000 moradias, igrejas, fábricas, cemitério e um campo desportivo. Tudo vedado por um muro de 18 km com três metros de altura. Havia duas partes, o “Grande Gueto” e o “Pequeno Gueto”, que foram distinguidas em outubro de 1941. A “linha divisória” que as separava era a rua Chlodna, que na verdade não pertencia ao gueto. Assim, era necessário que os “moradores” do gueto atravessassem diariamente uma ponte de madeira.



No dia 26 de janeiro de 1942, uma ponte de madeira sobre a rua Chłodna foi aberta para os cidadãos
do Gueto de Varsóvia.


Dentro do gueto, a ração, entregue pelos alemães, que cada um tinha “direito” era diversa, mas dividida da seguinte forma: 2400 calorias para alemães, 1800 calorias para polacos e 184 calorias para os judeus. 184 calorias são menos que 10% do necessário para o corpo humano se manter vivo. Desesperados, os judeus iam morrendo lentamente de desnutrição. Todavia, como judeus de todas as partes da Europa continuavam chegando, o gueto estava sempre superlotado, o que favorecia a disseminação de doenças. 





No gueto, os judeus eram representados pelo conselho judaico (Judenrat), liderado por Adam Czerniaków, que tentava negociar com as autoridades alemãs alguma assistência aos judeus. Quase sempre sem sucesso.

Em 22 de julho de 1942, teve inicio os transportes dos judeus para os campos de extermínio. No início, os judeus não sabiam o que iria lhes acontecer. Eles acreditavam que estavam sendo transportados para guetos em outras cidades onde se estava precisando de mão de obra para o trabalho escravo.

Deportações efetuadas no Gueto de Varsóvia, 1942

O líder do Judenrat tentou, mas não conseguiu evitar as deportações. Na verdade, era mesmo ele o responsável por apontar os nomes dos que seriam enviados para os campos. Não suportando essa situação, Adam Czerniaków se suicidou em 23 de julho de 1942.

Até janeiro de 1943, 317.000 judeus foram transferidos para o campo de extermínio de Treblinka, próximo à Varsóvia, e morreram nas câmaras de gás. Os primeiros a serem levados foram os idosos, as crianças e os doentes. Aqueles que ainda podiam trabalhar iam ficando. No final, os judeus do gueto foram reduzidos a cerca de 60.000, os que não foram para o campo de extermínio, morreram de fome ou doentes.






Claro que a essa altura corriam boatos e os judeus já sabiam que de uma forma, ou de outra, estavam destinados à morte. Assim, em 1943, quando o gueto deveria ser inteiramente evacuado, os “moradores” restantes, desesperançados, resolveram se rebelar.


Revolta do Gueto de Varsóvia, 1943



O Levante do Gueto (19 de Abril de 1943 – 16 de Maio de 1943)

O primeiro conflito da resistência judia ocorreu em 18 de janeiro de 1943, quando vários batalhões da SS marcharam para o gueto com o objetivo de capturar e deportar mais judeus. Eles foram atacados de surpresa, e mesmo tendo prendido cerca de 5.000 judeus, os agentes das SS e a polícia assustados resolveram recuar. Esse ataque teve como consequência a suspensão temporária das deportações, ademais a resistência tomou o controle do gueto e lutou até contra a polícia judaica, que era composta por judeus que colaboravam com os nazistas.

Logo, Heinrich Himmler, líder da SS, ordenou ao major-general da SS local, Jürgen Stroop, que extinguisse o Gueto de Varsóvia até meados de fevereiro. Assim, sucederam-se vários ataques, mas em nenhum deles os alemães tiveram sucesso. Por outro lado, a resistência não era capaz de libertar o gueto.

O grande confronto aconteceu na noite da páscoa judaica, dia 19 de abril de 1943. Nesse dia, um domingo, uma nova força policial, em conjunto com as SS, tentou entrar no gueto, com o objetivo de deportar os judeus restantes. Mas,os habitantes resistiram violentamente. Lutaram 3.000 alemães, bem armados e em excelentes condições físicas, contra 1.500 judeus desesperados. Os “moradores” atacaram, com todos os meios possíveis: com as poucas armas contrabandeadas a partir da resistência polaca, com escorredores de macarrão, com panelas de barro, com colheres de madeira e com a própria vida. Mas, a essa altura, os alemães já estava mais preparados e responderam destruindo as casas bloco por bloco e matando todos os judeus que conseguiram capturar.

Os judeus continuaram resistindo durante quatro semanas frente a um poderio militar muito maior. Em 08 de maio, os rebeldes foram cercados. Às 20 horas e 15 minutos do dia 16 de maio de 1943, decretou-se o fim do Levante do Gueto.




O major-general Jürgen Stroop informou, então, a Berlim sobre o que considerou uma operação de "êxito": "A resistência oferecida por judeus e bandidos pôde ser vencida. Somente com a ação incansável de todas as forças, foi possível registrar e eliminar comprovadamente um total de 56.065 judeus. Não existe mais o antigo bairro judeu de Varsóvia.”.

Após as revoltas, o gueto tornou-se o local onde os prisioneiros e reféns polacos eram executados pelos alemães. Mais tarde, foi criado um campo de concentração na área do gueto. Chamava-se KL Warschau.

Pois é, o saldo final foi de pelo menos 7.000 judeus mortos no gueto durante a revolta, e cerca de 42.000 capturados e enviados para os campos de trabalho escravo e para o Campo de Concentração de Majdanek. As SS e a polícia enviaram outros 7.000 para serem mortos em Treblinka. Isso sem contar os rebeldes que se suicidaram. Já, o lado alemão perdeu menos de 50 soldados. Olhando-se para os números frios não parece ter sido uma boa ideia. Todavia, é possível imaginar o simbolismo que o levante teve para os poloneses e para os judeus, que ao menos morreram dignamente lutando. Além disso, o levante causou uma baita “dor de cabeça” para os alemães que tiveram que retirar tropas do front para poder conter a revolta.

Depoimento: "Os alemães foram obrigados duas vezes a fugir do gueto. Uma vez, conseguimos manter a posição retomada por 40 minutos; outra vez, por seis horas.”.

Carta de despedida de um judeu suicida: "Com a minha morte, quero protestar uma última vez contra a passividade com que o mundo inteiro assiste e permite que o povo judeu seja eliminado".

O Levante do Gueto de Varsóvia deu esperança e coragem para os civis poloneses. Afinal se os judeus que estavam no gueto praticamente sem comida e sem armas conseguiram se rebelar, por que quem estava fora não conseguiria? Essa sementinha gerou o Levante de Varsóvia, que teve início em 1° de agosto de 1944. Mas, essa história vou abordar no próximo post.

Após a guerra, a Polônia foi dominada pela URSS. E, como resultado da campanha anti-judaica de 1968, cerca de 20 mil pessoas de origem judia saíram do país. Até 1989, as relações entre poloneses e judeus foram “contaminadas” pelo governo comunista. Felizmente, agora, o país recupera, aos poucos, a consciência da sua história secular ao lado do povo judeu.

Assim, atualmente, Varsóvia é novamente um centro da vida cultural judaica. Na região da Praça Grzybowski, encontra-se a única sinagoga que sobreviveu à Segunda Guerra e nela acontecem vários eventos culturais. Também nessa região encontra-se o Teatr Żydowski im. Estery Racheli i Idy Kaminskich, dois dos únicos teatros europeus onde existem espetáculos em iídiche.

Em 2013, em comemoração aos 70 anos do Levante do Gueto de Varsóvia, foi inaugurado o Museu da História dos Judeus Poloneses (POLIN), obra dos arquitetos finlandeses Rainer Mahlamäki e Ilmari Lahdelma, em colaboração com os arquitetos poloneses da Kurylowicz e Associados. O museu restaura a rica história de 1.000 anos dos judeus poloneses, desde a Idade Média até os tempos modernos. Como sua proposta é celebrar a vida, e não relembrar a morte, a parte dedicada ao Holocausto não é seu foco principal. Ao contrário, grande parte da exposição se dedica a apresentar a relação entre os poloneses e os judeus, e como esses foram influentes na arquitetura, arte e literatura do país. Veja os detalhes desse museu neste post.



Outro lugar, relativamente novo “no mapa da Varsóvia judia” é uma instalação artística, conhecida como a casa mais estreita do mundo. Seu primeiro inquilino foi um escritor israelense, Etgar Keret, e por isso, a casa se chama Dom Kereta (Casa Keret).

Lembra a Ponte dos Suspiros que vimos acima? A ponte de madeira ao longo da rua Chłodna que conectava o "Pequeno Gueto" ao "Grande Gueto” naqueles dias? Hoje, ela não existe mais, mas, em 2011, Tomasz de Tusch-Lec desenhou uma instalação luminosa localizada onde ela se encontrava, a Passarela da Memória. Trata-se um par de postes metálicos ligados por fibras ópticas que, após o pôr-do-sol, projetam através da luz a forma de uma passarela. Há, ainda, uma projeção na rua Chłodna que simboliza as bordas do gueto. No interior dos postes, uma exposição resgata a memória daqueles trágicos acontecimentos por meio de multimídia e imagens 3D.

Não faltam atrações desse tipo na atual Varsóvia. Inclusive há anualmente um Festival da Cultura Judaica.

Para realmente conhecer a história da comunidade judaica de Varsóvia, deve-se fazer um tour a pé pela região onde ficava o Gueto de Varsóvia, entre as avenidas Wladyslawa Andersa e Marszalkowska. O Caminho da Memória, Martírio e Combate é um circuito circular, onde se pode visitar o Memorial de Umschlagplatz, o Monumento aos Heróis do Gueto, a Prisão Pawiak, a Sinagoga Nożyk, o Muro do Gueto, o Cemitério Judaico, etc.

Memorial da Umschlagplatz (Stawki 10). Ele está localizado no local onde, em 1942, os judeus esperavam o trem para ir ao Campo de Concentração de Treblinka. Sua forma lembra as paredes do gueto e de um vagão de trem. Há mais de quatrocentos nomes de vítimas gravados nele.

Caminhando-se da Umschlagplatz até Monumento aos Heróis do Gueto, ao longo da Rota Memorial do Martírio e da Luta dos Judeus, passa-se por pedras comemorativas que retratam a história das figuras mais importantes do Gueto de Varsóvia (na rua Stawki). 

Monumento aos Heróis do Gueto. Foi criado logo após a Segunda Guerra Mundial para homenagear aqueles que lutaram e morreram no Gueto de Varsóvia. Foi neste monumento, em 1970, que o chanceler alemão Willy Brandt se ajoelhou em desculpas pelos crimes cometidos pelo Terceiro Reich. Ele fica em frente ao POLIN.



Prisão Pawiak (Dzielna 24/26). Construída em 1835, inicialmente, essa prisão foi utilizada para abrigar os desafetos do governo “da hora”. Todavia, foi durante a Segunda Guerra Mundial que sua função se tornou mais cruel. A prisão passou a abrigar judeus que “aguardavam” o envio para os campos de extermínio. Hoje, é um museu.

Instituto Histórico Judaico (Tłomackie 3/5). Antes da guerra, este edifício histórico abrigava a Biblioteca Judaica Principal e o Instituto de Ciências Judaicas. Durante a guerra, abrigou o escritório da Organização Judaica de Autoajuda Social. Em 1947, após sua reconstrução, o prédio tornou-se a sede do Instituto Histórico Judaico. No seu interior está o arquivo Ringelblum do Gueto de Varsóvia, listado como Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO.

Na época da Segunda Guerra Mundial, a Grande Sinagoga de Varsóvia foi explodida pelo major-general Jürgen Stroop, como símbolo da sua vitória sobre Levante do Gueto. Atualmente, no seu lugar existe um grande prédio comercial, conhecido como Blue Tower (plac Bankowy 2).

Sinagoga Nożyk (Twarda 6). Em estilo neorromânico, ela foi fundada por Zalman ben Menashe Nożyk, um rico comerciante de têxteis, e sua esposa Ryfka. Durante a Segunda Guerra Mundial, serviu aos alemães como estábulo e armazém de ração, assim foi a única sinagoga da capital que sobreviveu à guerra.

Rua Próżna. Um dos poucos lugares onde a atmosfera da Varsóvia judaica foi preservada, já que alguns dos seus prédios sobreviveram à guerra.

Parte preservada do muro do gueto judeu. Localizado entre as ruas Sienna (número 55) e Złota. Atenção às lajes de ferro implantadas nas calçadas que delimitam o antigo gueto.

Cemitério Judaico (ul. Okopowa 49/510). Nele estão enterradas muitas pessoas eminentes, entre elas Ludwik Zamenhof e o escritor Ischok Leib Perec. O grande destaque, entretanto, é o túmulo simbólico de Janusz Korczak, o protetor das crianças que durante a Segunda Guerra Mundial foi assassinado em Treblinka junto à elas em uma câmara de gás.

Rua Mila. Foi palco da última resistência dos insurgentes judeus contra o exército alemão, em 1943.

Outros pontos relacionados aos judeus em Varsóvia:

Praça Pilsudski. Praça sagrada para os poloneses, que foi rebatizada com o nome de Hitler durante a ocupação alemã. É onde fica um fragmento do majestoso Palácio Saxon, do século XIX, antes localizado ali. Hoje, esse fragmento faz parte de uma colunata arqueada que enfeita o Túmulo do Soldado Desconhecido da Polônia.

Palmeira. Como contei no inicio do post, no passado, diversos judeus viveram em vilarejos fora de Varsóvia. A memória de um desses vilarejos sobreviveu com o nome de Alej Jerozolimskich (Avenida Jerusalém). Hoje, na Alej Jerozolimskich, existe uma palmeira artificial, projetada pela artista Joanna Rajkowska e instalada em 2002, com o nome de “Saudações da Avenida Jerusalém”. Para Rajkowska, a palmeira é uma forma de fazer a população local refletir sobre a historia da cidade e da sua comunidade judaica ao longo dos anos.



Villa Żabiński (Ratuszowa 1/3). É uma casa localizada no Zoológico de Varsóvia. Durante a Segunda Guerra Mundial, o diretor do zoológico, Jan Żabiński, e sua esposa esconderam nela judeus do Gueto de Varsóvia. A história deles foi retratada no filme “The Zookeeper’s Wife”, estrelado por Jessica Chastain como Antonina Żabińska.

Cemitério Judaico de Bródno (ul. św. Wincentego 15). É o maior e mais antigo cemitério judeu de Varsóvia, tendo sido fundado em 1780 por iniciativa de Szmul Zbytkower (o banqueiro da corte do rei polonês Stanisław August Poniatowski). No seu pavilhão da entrada, pode-se visitar a exposição “Bejt almin - a casa da eternidade”, sobre os costumes funerários judaicos. Nas laterais, há enormes cestos de aço cheios de pedaços de matzevot, ou lápide judaica, trazidos de vários lugares de Varsóvia.

Outros monumentos relacionados à Segunda Guerra Mundial em Varsóvia:

Pequeno Insurgente (esquina da rua Waski Dunaj com a muralha). Uma homenagem às crianças e jovens que lutaram no Levante de Varsóvia.



Monumento aos Insurgentes. Foi feito em homenagem aos Insurgentes do Levante de Varsóvia, movimento rebelde contra os nazistas, em 1944. Foi onde Donald Trump realizou seu famoso discurso em Julho de 2017.



Faltou neste post falar sobre o Museu do Levante de Varsóvia, que junto com Museu da História dos Judeus Poloneses (POLIN), é onde se aprende toda essa história. Ambos são absolutamente imperdíveis!

Para saber tudo sobre ele e o Levante de Varsóvia não perca o próximo post.

No mapa:




Abraços!!

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