#MuseumWeek 2019: conhecendo o incrível Museu do Kon-Tiki, em Oslo



O Kon-Tiki Museet, ou Museu do Kon-Tiki, é um museu situado na ilha de Bygdøy, em Oslo, na Noruega. Ele foi construído para albergar o barco da Expedição Kon-tiki, uma réplica de barcos pré-colombianos, que Thor Heyerdahl utilizou, em 1947, para velejar e navegar do Peru à Polinésia. O objetivo dessa expedição era provar que os migrantes da América do Sul poderiam ter colonizado a Polinésia em tempos pré-colombianos.





Os críticos diziam que isso era impossível e alertaram que as jangadas improvisadas dos povos pré-Inca não poderiam navegar milhares de quilômetros de oceano aberto para chegar às ilhas distantes usando a tecnologia da idade da pedra. No entanto, Heyerdahl acreditava nisso já que em suas pesquisas descobriu semelhanças entre figuras de pedra de Fatu Hiva, na Polinésia, e estruturas erguidas por antigas civilizações sul-americanas. De fato, há semelhanças nas aparições físicas, rituais e mitos dos polinésios e dos sul-americanos.




Apesar de não ter, até então, experiência de navegação e nem sequer saber nadar, Heyerdahl resolve se meter nessa aventura. Assim, reuniu fundos por meio de empréstimos privados, doações de equipamentos do exército dos EUA e uma tripulação de cinco homens com a promessa de "nada além de uma viagem de ida-volta gratuita ao Peru e às ilhas do Mar do Sul".


A pequena equipe de Heyerdahl era composta por Erik Hesselberg, navegador e artista; Bengt Danielsson, tradutor e administrador encarregado de suprimentos; Knut Haugland, especialista em rádio; Torstein Raaby, operador de rádio; e Herman Watzinger, engenheiro.




E, lá foram eles usando apenas os materiais e equipamentos disponíveis nos tempos pré-colombianos. A viagem, apesar de vários percalços, deu certo. E, toda essa aventura foi filmada, o que gerou um documentário que ganhou o Oscar de melhor documentário em 1951.








Os homens viajaram para o Peru e construíram o Kon Tiki, uma jangada de 30 x 15 pés feita com nove toras de pau-de-balsa (madeira mais leve que a cortiça) amarradas com cordas de cânhamo em um estilo indígena registrado em ilustrações de conquistadores espanhóis. Uma cabana aberta de bambu com telhado feito de folhas de bananeira era seu único abrigo.





Kon Tiki partiu do Peru na tarde de 28 de abril de 1947, iniciando sua jornada épica pelo Oceano Pacífico

“Não havia um comprimento de corda, nem um nó, nem uma medida, nem um pedaço de madeira em toda a jangada que não nos levasse ao fundo do mar”, escreveu Heyerdah.
















Após 101 dias no mar, Kon Tiki “atracou” em um recife na ilha de Raroia em 7 de agosto de 1947. Os homens foram recebidos por moradores de uma ilha próxima, que chegaram em canoas depois de verem os destroços da jangada. Heyerdahl e seus homens foram levados para o Taiti, com o resgatado Kon Tiki a reboque. Logo desfrutaram da aclamação internacional por completar com sucesso sua jornada e provar que a teoria de Heyerdahl poderia de fato estar certa. Na verdade, não estava. Nos últimos anos, pesquisas linguísticas e genéticas provaram que a Polinésia foi colonizada por povos da Ásia que chegaram em uma migração.



"Fronteiras? Eu nunca vi uma. Mas ouvi que existem na mente de algumas pessoas”.- Thor Heyerdahl



Heyerdahl (Larvik, Noruega, 6 de outubro de 1914 — Colla Micheri, Itália, 18 de abril de 2002) foi único, criativo, empreendedor, estudioso e, sobretudo corajoso.






Essa expedição rendeu um livro chamado Os Índios Americanos no Pacífico (American Indians in the Pacific). Ademais, a epopeia está narrada no livro A Expedição Kon-Tiki, publicado em mais de 60 países e que vendeu mais de 25 milhões de exemplares. Sem falar do documentário...








Ao longo da vida, Heyerdahl ainda realizou viagens a Polinésia (1937 - 38) e ao Noroeste da América (1940 – 41), antes da aventura Kon-Tiki. Mais tarde, ele completou conquistas semelhantes com os barcos Reed, Ra II e Tigris, através das quais defendeu seu profundo envolvimento com o meio ambiente. Também foi responsável por importantes escavações arqueológicas nas Ilhas Galápagos, na Ilha de Páscoa e em Túcume.




















O barco Ra II, construído com as técnicas que Heyerdahl pensou poderem ter sido utilizadas no antigo Egito também está exposto no museu. Ele foi utilizado por Heyerdahl para navegar desde o norte de África até ao Caribe. Uma tentativa anterior com o Ra I fracassou, tendo o barco sido perdido durante a expedição e a tripulação evacuada.















Uma das peças mais recentes presentes no museu é uma cópia de um relevo do mítico homem pássaro, que a equipe de Heyerdahl encontrou numa escavação em Tucume, no norte do Peru. As semelhanças entre este homem pássaro e as representações do homem pássaro encontradas na Ilha da Páscoa constituem um dos mais fortes indícios do contato entre a América do Sul e a Ilha da Páscoa, antes da chegada dos europeus.

O museu possui ainda outros exemplos de utilização de barcos tradicionais em várias partes do mundo, assim como outros materiais que Heyerdahl pensava apoiarem a sua teoria das grandes viagens do homem na pré-história.






























Informações práticas:

Endereço: Bygdøynesveien 36.


Como Chegar: O Museu Kon Tiki está localizado em Bygdøy, a um curto trajeto de ônibus ou balsa do centro da cidade. O ferry, que vai do início de abril até o início de outubro, sai do Pier 3 atrás da Prefeitura (Oslo Rådhuset) e leva de 10 a 15 minutos. Se a balsa não estiver funcionando, pegue o ônibus 30. Isso pode ser feito no cais perto da prefeitura ou do centro da cidade, e leva cerca de 15 minutos.

Horário de funcionamento: diariamente. De novembro a fevereiro, das 10 às 16 h; de março a 10 de maio, das 10 às 17h; de junho a agosto, das 09:30 às 18h; de setembro a outubro, das 10 às 17h.

Espalhados pela península de Bygdøynes, há vários outros museus notáveis, incluindo o Fram, o navio Viking, os museus Norwegian Maritime e o Norwegian Folk. Todos estão a uma curta caminhada um do outro.



Sobre o Museu Fram, falarei no próximo post.

Abração!!

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