A exposição “Nordic Craft and Design” na Manchester Art Gallery



Até Novembro deste ano (e pode ser que seja novamente prolongada), a Manchester Art Gallery apresenta uma exposição abrangente sobre “Artesanato e design nórdicos”.



Graças a empréstimos nacionais e internacionais, a exposição apresenta móveis, moda, iluminação, cerâmica, vidro, metais e joias escandinavos, todos unidos pela filosofia de que um bom design aprimora nossa qualidade de vida.

Levando os visitantes a uma excursão pela da Dinamarca, Finlândia, Noruega e Suécia, a exposição apresenta itens de designers e artesãos nórdicos. Além de designers britânicos inspirados pelo estilo caracterizado por simplicidade, minimalismo e funcionalidade.


Interessantemente, as peças icônicas de Alvar Aalto, Tapio Wirkkala, Arne Jacobson e Vuokko Nurmesniemi estão expostas ao lado de peças contemporâneas de Mathias Bengtsson, Anu Penttinen, Peter Jensen e Henrik Vibskov.

Vamos ver?

A exposição fica em uma sala que no passado, entre 1803 e 1873, foi o teatro e a sala de leitura do Athenaeum Club, obra de Charles Barry, arquiteto também do Palácio de Westminster.


É impressionante como o seu classicismo tradicional contrasta com o design moderno e minimalista em exibição.





A sala é enorme e possui tetos e paredes adornados com colunas, figuras e padrões em relevo de gesso.


Como vocês sabem, e podem ver neste post, eu adoro o estilo escandinavo. Sua abordagem inovadora e modernista, ainda que funcional e ergonômica, é certamente única. E, o melhor é que um elemento-chave no design nórdico é torna-lo acessível a todos.


Nessa exposição não se segue uma ordem cronológica. Em vez disso, os curadores pensaram “fora da caixa” e organizaram as amostras em cinco temas principais: natureza, água, cor, linha e forma. Cada um deles é introduzido por um painel de tecido estampado pendurado na parede. Assim, por exemplo, a “Folha” (1964), criação de Carola e Daniel Olsen para a Heal´s Fabrics LTD, é usada para introduzir a categoria “Natureza”.



Um dos primeiros objetos na sala é uma configuração de mesa da marca sueca favorita de todos, a Ikea. Achei bem legal os curadores terem dado ênfase a uma marca de conotação convencional e popular.

A seguir, temos um conjunto de mesa e cadeiras do designer dinamarquês Hans J Wegner, de 1952. Tanto a mesa como as cadeiras possuem apenas três pernas, criando-se, então, uma estética futurista e quase espacial, que foi bem popular durante os anos 1950. Ultrapassando todos os limites do tradicional, assim surgiu o conceito de "funcionalidade orgânica", que se tornou tão crucial para o design nórdico.




Luminária Artichoke, 1958, de Poul Henningsen.



Gostei muito dos elementos de moda nórdica da exposição, com suas linhas às vezes “limpas” e minimalistas, outras um tanto arrojadas. Os destaques são, claro: Marimekko, Vuokko e Henrik Vibskov.

Babem com esses três impressionantes vestidos, com estampas em preto e branco desenhadas por Maija Isola (1927–2001), da marca finlandesa Marimekko!!


Essa é a escultural "Spun Chaise Lounge", modelada com uma peça contínua de fibra de carbono, do designer dinamarquês Mathias Bengtsson. Ela foi criada, entre 2002 e 2004, de forma inovadora a partir de uma técnica desenvolvida pela NASA.


Influenciado pela ideia de teatro, dança e movimento, uma das peças expostas mais marcantes é o vestido “The Jaw Nuts Piece”' (em poliéster e crepe), de Vibskov (2016). Nele o designer conseguiu combinar a arte performática com a moda “vestível”.




O centro da sala é dedicado ao verdadeiro "coração" do design nórdico: os móveis. Os destaques são: um porta-luvas do designer dinamarquês Finn Juhl para Onecollection (2015), com colorido baseado na roda de cores de Wolfgang von Goethe; as cadeiras "Stuns", em vermelho e amarelo, do sueco Johan Hudlt, projetadas para o Innovator Design; entre outros.


As cadeiras em exibição atendem a uns requisitos em comum: eficiência de espaço; funcionais e orgânicas; forma estética e bem desenhada. Outros fatores comuns que unem a coleção são: as posições baixas dos assentos; as formas ondulatórias e os designs frequentemente bulbosos, suaves e futuristas.











A estrela da exposição é mesmo a "Chieftain's Chair" de Finn Juhl. Ela é trabalhada a partir de couro preto e nogueira e tem uma posição de assento baixa inspirada na arte moderna e formas orgânicas. Introduzida em 1949, essa cadeira, com estilo e forma marcantes, foi responsável pela criação da fama de Juhl como um dos pais fundadores do modernismo dinamarquês.

inteligentemente projetada para oferecer uma ampla variedade de posições de assento, a cadeira icônica possui apoios de braços perfeitamente adequados para relaxar e um assento grande


Continuando a visita, podemos ver de artigos de vidro espumante a móveis futuristas e tecidos estampados. A cada passo uns suspiros!!









Não foi até a década de 1960 que designers nórdicos inovadores começaram a experimentar cores pop, criando peças inimitáveis como a "Cadeira Panton", projetada por Verner Panton. Inspirado nos baldes de plástico tradicionais, ele explorou as oportunidades que surgiam com materiais novos e emergentes. Sendo a primeira cadeira a ser moldada a partir de uma única peça de plástico, a Panton foi vencedora de muitos prêmios internacionais e possui um status icônico na história do design.



Com esse desenvolvimento de estilo vibrante, surgiram as variações coloridas de designs clássicos, destacando-se a "Cadeira Série 7" de Arne Jacobsen, de 1949.











Olhem que joia é esse vestido de uma coleção da H&M!




Endereço: Manchester Art Gallery, Mosley St.

Até 10/11/2019. Diariamente, das 10 as 17 horas.

Entrada grátis.

Corram...

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