Roteiro de um dia em Évora

Évora é uma cidade no Alto Alentejo que no século XII foi um dos baluartes da Reconquista. Desde 1986, seu centro histórico é considerada um Patrimônio Mundial segundo a UNESCO. Estando a menos de duas horas, de ônibus ou trem, de Lisboa, vale um bate-volta.

Como chegar:

• De ônibus - os ônibus da Rede Expressos partem da Estação Sete Rios (Praça Marechal Humberto Delgado), interligada ao Metrô (Estação Jardim Zoológico- Linha Azul)
• De trem - saem das estações: Oriente, Entrecampos, Santa Apolónia, ou Sete Rios.

Sugiro, para seguirem esse roteiro, que peguem o primeiro ônibus ou o trem das 7:15h na Estação Sete Rios. Assim, aproveita-se mais a estadia e pode-se curtir um pouco da cidade antes da chegada dos ônibus de excursão. Ao chegar à estação, pegue um táxi até a Pousada Convento Évora e tome um bom café da manhã. Como opção, tente a Cafeteria Páteo de São Miguel.

Estando no Largo Conde Vila Flor, poderá apreciar um dos destaques da cidade: o Templo de Diana, uma das construções romanas (século I) melhor preservadas da península Ibérica.

De barriguinha cheia, e depois de colocar no Instagram as tradicionais fotinhos no Templo (que, infelizmente, na nossa visita estava em obras), chegou a hora de visitar as atrações.

A primeira parada é na bela Catedral de Évora, em estilo medieval, que foi erguida entre os séculos XIII e XIV.  Escolha a visita completa que dá acesso ao seu telhado (mais fotos para o Insta), ao claustro, a capela-mor que foi reconstruída em estilo barroco no século XVIII, e ao interessantíssimo museu de arte sacra (não se pode fotografar no seu interior).

Retorne ao Largo Conde Vila Flor, onde destacam-se, ainda, o Museu de Évora, a Biblioteca Pública, e a Igreja e Convento do Loios. O convento, hoje, é exatamente a pousada, onde sugeri que tomem o café da manhã. Vá, então, visitar uma das melhores atrações da cidade: a Igreja dos Lóios (Igreja de S. João Evangelista). Em estilo manuelino e com portal de inspiração gótico-flamejante, suas paredes totalmente azulejadas são de "cair o queixo".

Essa igreja é o Panteão dos Duques de Cadaval, estando ligada à propriedade do século XIV.  Esse palácio está ligado às antigas muralhas, e o grande destaque é a Torre das Cinco Quinas. Entre na casa para ver pinturas e móveis de época, esculturas, manuscritos e códices iluminados, além de exposições. Não deixe de apreciar a bela cozinha.

Exposição

Na saída, sente-se no Jardim do Paço, parte da propriedade de acesso livre, e tome uma cervejinha. No Jardim de Diana, siga na direção do busto do Dr. Francisco Barahona, grande benemérito local, e pare para tirar fotos desde o mirante.

Torre das Cinco Quinas

Agora, explore a região do Castelo Velho, com: a Muralha tardo-romana (Cerca Velha), a Ermida de  São Miguel, o Palácio dos Condes de Basto (particular), as ruas Freiria de Cima e de Baixo, o Museu das Carruagens, e o Solar dos Condes de Portalegre.

Páteo de São Miguel

Hora de explorar a Universidade de Évora (detalhes da visita aqui) e a Igreja do Espírito Santo, do século XVI.

Na saída, explore o Largo da Porta de Moura cujos destaques são: as Torres da porta tardo-romana , as janela manuelina-mudéjar da Casa de Garcia de Resende (R. do Cenáculo 29), a Casa Cordovil com mirante mudéjar (Séc. XV-XVI), o mirante mudéjar da Casa Soure (Séc. XVI), a Igreja do Carmo.

De uma entradinha na Igreja da Misericórdia, e depois siga para a pitoresca Rua Cinco de Março com seu intenso vai e vem e comércio.

Pegue a Rua de Dona Isabel onde se podem ver restos de construções romanas. Siga para a Rua do Cano onde poderá fotografar o Aqueduto da Água de Prata (Séc. XVI).

Hora do almoço. São dois os restaurantes com excelente reputação e que servem fartamente a culinária típica do Alentejo: a Tasquinha do Oliveira e o Restaurante Fialho (detalhes neste post). Reservas são essenciais em ambos. E, quem segue esse roteiro deve fazê-la às 14 horas.

Após o almoço, vá até a Praça do Sertório, onde se localizam: a Câmara Municipal de Évora (Séc. XIX), a Igreja e Convento do Salvador, e o Arco de D. Isabel (porta tardo-romana). Entre na Câmara para visitar as Termas Romanas (Séc. II-III).

Agora, os fãs de cerveja devem seguir para o Mojo, onde há mais de 60 referências, de mais de dez países. A próxima parada é na Igreja da Graça com sua linda fachada renascentista.

Já no fim da tarde, siga para a Igreja de São Francisco com seus bonitos arcos em estilo mudéjar. Em seu interior, além da famosa Capela dos Ossos, há um Museu de Arte Sacra de que gostei bastante, e uma excelente coleção de presépios de todo o mundo. Sem falar, que de seu terraço se tem vistas legais da cidade. Na saída, faça umas comprinhas na Divinus Gourmet, na Praça 1º de Maio 14.

Capela dos Ossos.

Ela é feita com a ossada de cerca de 5.000 pessoas.

Entre no Jardim Público, um típico jardim romântico do século XIX com seu traçado orgânico, vegetação exótica, e diversos elementos ornamentais. Descanse um pouco por aí, ou explore o Palácio Dom Manuel, construído entre 1863 e 1867, onde geralmente há exposições artísticas gratuitas.

A região do Alentejo é famosa pelos seus produtos, tais como queijos, vinhos, e bolos. E, você poderá experimentar tudo isso no Mercado Municipal 1º de Maio. Para mais comprinhas, ou simplesmente para ver lojinhas, siga pela Rua Romão Ramalho. Aprecie o Convento de Nossa Senhora das Mercês. E, finalmente, chegará ao centro urbano da cidade: a Praça do Giraldo. Foi nela que ao longos dos anos se passaram fatos importantes da história da cidade, como a execução de Fernando Duque de Bragança, em 1483, e no século XVI as queimas da Inquisição. Hoje, ela é mais alegre, felizmente. Inclusive, tive a oportunidade de assistir a um show de Fado dos universitário.

Ainda, na praça não deixe de entrar no histórico Café Arcada onde tem que provar as famosíssimas Queijadas de Évora.

Antes, de deixar a cidade, tome um bom vinho do Alentejo no hipster Art Café que mostrei aqui. Agora, pegue um táxi até os Moinhos no Alto de São Bento, de onde terá vistas incríveis de Évora ao entardecer. Além das vistas, esse lugar também tem história, já que foi neste grande rochedo granítico que se estabeleceram as primeiras populações da região, há cerca de 7.000 anos.

De volta à estação, pegue o último trem para Lisboa que parte às 19 horas.

Abaixo tabela com horários das atrações:

Mapa com endereços e percursos desse roteiro:

Bem pessoal, era isso, um roteirinho enxuto que não deixou de fora as melhores atrações dessa cidade adorável, apesar de muiiito quente. Quem puder deve passar a noite.

Abração!

PS: em caso de dúvidas, deixe um recadinho.